[Manuel Vilas, um Em tudo havia beleza (Ordesa)]
Que frase para abrir as hostilidades... faz-nos logo parar.
O que tem medida é mais real, mais fácil de lidar, de contar de remediar. De conhecer por fora e até comparar. De pôr por ordem, ou em ordem. O que não tem medida, o que não se desfaz em números e se perde em palavras que nos ganham, é irredutível. É de cada um.
É abstracto, e no entanto nada é mais real no nosso por dentro de ser.
"Dizem que o tempo ameniza
ResponderEliminarIsto é faltar com a verdade
Dor real se fortalece
Como os músculos, com a idade
É um teste no sofrimento
Mas não o debelaria
Se o tempo fosse remédio
Nenhum mal existiria" Emily Dickinson
Bom dia, Vi:)
... se o tempo curasse tudo, haveria um sentido para o tempo passar, ao menos haveria esse. Assim passa sem se saber para quê.
EliminarBoa noite, Legionário:)
Essa entrada evoca-me Jerusalém de Gonçalo M. Tavares, mais concretamente a personagem Busbeck. Será que realmente há um padrão para o sofrimento humano? E se o descobrirmos e erradicarmos, quanto de nós perdemos? E quanto de nós ganhamos?
ResponderEliminarNão sei se há um padrão, mas haverá causas e pontos comuns. Erradicar a dor seria provavelmente perder a capacidade de sentir, imperar a insensibilidade. Não me parece que seja um ganho. Tudo tem as suas compensações, o seu equilíbrio, eliminar a dor não permitiria apreciar a alegria, valorizar o estar bem, provavelmente.
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