Era aquele que eu achava mais bonito. Vi-o nascer, ainda sujo e acinzentado. Notava-se já que a pelagem seria ruão, ficou com o nome de Malhadinhas por causa disso. Os outros ainda pareciam branquinhos como pelagem de fundo. Todos foram baptizados logo com o nascimento ou no dia seguinte quando de quatro passaram a nove, e depois - já depois de eu sair de casa a correr com 3 horas de sono e meia de atraso para chegar a Viseu na hora marcada -, para dez. Esse, o último, o lento, o pachorrento ficou Alentejano, o primeiro, todo taralhoco com este mundo todo novo, ficou Tobias, a Flash saiu disparada e assim ficou, num flash. Aquele que trazia um coração em mancha no dorso ficou Romeu... todos ficaram com identidade, e reconhecemo-los todos. O Malhadinhas tinha uma grande mancha no ombro direito, e começou, a não crescer como os outros, mesmo com paciência acrescida e biberon, ele dormia quando os outros se esgadanhavam para mamar, uns mais outros menos. Ontem ao dar-lhe o biberon da noite senti uma paz... uma coisa que não consigo explicar. Hoje de manhã confirmei, explicou-se.
A Pintarolas agora é mãe de nove, mas, como todas as mães que passam por isto, continua a ter dez filhos.
"...mas como todas as mães que passam por isto, continua a ter dez filhos."
ResponderEliminarUma grande verdade:(
Bom dia, Vi:)
Sinto-o de perto. Tão triste. É mesmo, nunca recuperam, parece-me.
EliminarNão há tempo nenhum suficiente que leve um filho do por dentro duma mãe. Há uma tristeza irremediável, intratável, incurável.
A pintarolas ainda fareja os cantos à procura dele, mesmo sabendo que não está. Porque sabe, percebeu o que aconteceu.
Bom dia, Legionário :)
deixo-te um abreijo, comentar é-me difícil.
ResponderEliminarForça!
:) outro para ti.
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