[Rui Caeiro, in O sangue a ranger nas curvas apertadas do coração (via @opoemaensinaacair]
E quando o perdemos, deixamos, outra vez, de ser um corpo inteiro. A alma descose-se da pele pelos abismos do desencontro, e sabemos menos do que antes, menos do que alguma vez soubemos. Do mundo, de nós, dos outros: essa amálgama disforme e contínua, que é tudo o que não somos, nem entendemos.
Um dia, um dia encontramos um corpo que somos e não somos, e quando deixamos de o ser perdemos tudo o que não soubemos saber, e queremos esquecer. Teremos de aprendermo-nos de novo, como se acreditássemos. Como se não soubéssemos menos do que alguma vez soubemos. Como se não soubéssemos que na vida não há norte, nem bússola, nem o caminho traçado nas estrelas, nem retorno. Que nada tem uma razão, e isso é a razão de tudo... Se ainda acreditarmos que um encontro não é um desencontro fora de tempo, que o tempo apanha. Sempre.
Sempre?
Torna-se indispensável manter o vigor do corpo, para conservar o do espírito;)
ResponderEliminarBom dia, Vi:)
O que talvez seja indispensável é manter o vigor na força de viver... talvez isso, acreditando ou não, na existência de encontros verdadeiros, nos dê vontade, sempre, de viver longe da sobrevivência.
EliminarBom dia, Legionário:)