quarta-feira, 28 de agosto de 2019

... confiem em mim, é um boa política. Para toda a gente.
(dizer-se para confiarem em nós é que nem sempre é...)

Entrei na caixa de mail errada como quem entra na sala errada e se depara com o que não quer. Fiquei a olhar para a resposta em rascunho por enviar datada de alguns meses. Os mesmos da decisão de não responder, mas também não apagar, sabe-se lá porquê esta ultima parte... Tal como quem entrou numa sala que não era o destino procurado, mas está em sua casa, numa divisão não muito visitada, dá-se o caso de mexermos nalgumas coisas que estão em cima da mesa, esquecidas, ou apenas ali abandonadas da última vez que a divisão ainda era parte viva da casa, altura em que não era ainda museu.  Antes de decidirmos fazer daquela sala museu das coisas que, a certo ponto, não quisemos mais, que recusámos, mas que existiram. Demais até. Reli o mail, pouco curto, num misto incerto de sensações, e nenhumas boas... E digo-vos só: não sei porque não acerto no Euromilhões, tudo o que lá está escrito, assim aconteceu. Tudo como previ. Tudo o que chegou a ser dito foi esquecido, tudo o que foi prometido foi mentira, toda a confiança que me foi afiançada foi deitada por terra, mentida sem problemas, tudo que foi avisado ignorado foi, para que o resultado fosse nada resultar dali. Resta-me a dúvida da intencionalidade de tudo, dúvida de que já não quero, sequer, aclaração. Só me fico aqui a pensar se tenho também a chave vencedora, o bilhete premiado, no bolso, e só não sai porque não jogo... será? Pelo menos naquele bolso sou muito rica, e sábia. Mas só naquele bolso, do que nunca foi jogado, daquilo em que nunca me apostei inteira, ali, onde acerto a previsão de que nada de bom me sairia dali. 

2 comentários:

  1. Esse teu sexto-sentido é fantástico, também gostava de o ter...
    E depois de o releres, como te sentiste interiormente? Isso é que importa, mas também que não sirva para te fechares na tua concha.

    Bom dia, Olvido!

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    1. ...infelizmente não é sexto sentido é conseguir de algum modo analisar com lucidez, através da razão mas não a pôr em prática... o sexto sentido talvez o pudesse aproveitar noutras coisas, se o tivesse :)
      Sabes que isso é o mais complicado ( o saber como me senti), acho que não sei bem, foi uma mistura de sensações e sentires. Acho que senti que tentei sempre ver as coisas pondo-me do outro lado, compreender, perceber, e agora tenho talvez pena de o ter feito... do tom compreensivo, e isso é que não é lúcido. O não pensar, acima de tudo, em mim, como cada um deve pensar, é estranho. Ou tê-lo feito tarde, e já nada compreensiva, como se calhar sempre devia ter sido.
      Bom dia, Persefone.

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