domingo, 20 de janeiro de 2019

Nuno Júdice, in A Pura Inscrição do Amor

Comprei este livro algures durante o ano passado e passou a fazer parte da minha mesinha de cabeceira, como outros que lá ganharam raízes ou fazem parte da mobília - ainda que a mobília mude, como os sonetos da Florbela, que passaram da mesa de cabeceira de casa dos meus pais para todas as que se seguiram. Também este está sempre ali à mão de semear a noite, e as vezes abro-o, numa qualquer página, quando chego à cama. Há coisas que não têm ordem designada ou hora marcada, para mim a poesia é assim. Ou tropeço nela em qualquer sítio pelos caminhos por onde os dias me levam, ou a procuro no acaso duma página que o destino sorteia numa noite menos escura.
Hoje, aqui ainda meia na ronha, vestida de domingo, assim lhe peguei, e encontrei-me, ou a poesia encontrou-me, sorriu-me à alma em afinidades secretas. Talvez amanhã já não fosse assim. Ninguém sabe o amanhã e a poesia não é coisa com que se conte, acontece acontecer simplesmente - ainda que as promessas não se cumpram. 

Bom dia!

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