sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

[foto @paeulini, modificada para p&b]

Estou estranhamente triste, uma tristeza seca, uma solidão de antípodas. Só tenho vontade de fugir de tudo, de ir para longe de tudo. E no entanto, é quando a solidão nos afoga de dias, que já estamos nesse sítio onde tudo nos é distante, em que todos os fios que nos fazem mundo já se desfizeram. Pairamos sozinhos no vazio, pesados como cada dia que nos afunda. Queremos fugir, mas já estamos tão longe donde alguma vez nos sentimos perto. De algo, de alguém. E no fundo talvez só se queira fugir disto, desta distância, desta segunda pele que nos fecha a alma. esta solidão que não deixa a alma respirar. Cada respiração é uma troca. E a alma tenho-a vedada, asfixiada. Quero fugir de tudo para onde me sinta. Se ainda for um dia possível voltar a sentir, a sentir-me. Trocar impressões de alma, respirar proximidade, sentir intimidade de pele - até pelo seu avesso.

4 comentários:

  1. "O que fica atrás de nós e o que jaz à nossa frente têm muito pouca importância, comparado com o que há dentro de nós." Ralph Waldo Emerson

    Ânimo, Vi😊

    ResponderEliminar
  2. E o que há dentro de nós não tem tanto a ver com o que ficou atrás de nós e com o que queremos do que à nossa frente jaz? ;)
    ... uma boa noite de soninho melhora muita coisa, Legionário :) ... até há quem diga que assim o tempo não conta ;))

    ResponderEliminar
  3. “Solitude gives birth to the original in us, to beauty unfamiliar and perilous - to poetry. But also, it gives birth to the opposite: to the perverse, the illicit, the absurd.”

    — Thomas Mann

    Um beijo e um abraço apertadinho nesta tarde linda de sol :)

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Não conhecia a frase, mas adorei :)
      Retribuo o abraço aconchegado, o beijo e a tarde de sol que esperemos continue amanhã... soube tão bem :))

      Eliminar