[colourfall by Ian Davenport]
Viver sem paixão é (vi)ver o mundo a preto e branco. Ter sido apaixonada, conseguindo ver tons e cores que não se pintam nem explicam, e deixar de o ser, é como ficar cega - é toda uma luz que nos morre nos olhos pela pele. Será adivinhar, inventar, mentir na escuridão as cores que já não temos. Mendiga-se vida entre escalas de cinza, cinzas de paixões queimadas, cores ardidas. Cegueira fria.
Estar com alguém sem paixão é um clássico, a preto e branco, e talvez até mudo. E eu, tão fã de clássicos, clássica em tanta coisa (apelidada tanta vez de quadrada) dispensaria este, neste caso prefiro ser de modas (apaixonadas, arrebatadas, quentes), mas os clássicos são-no porque duram, resistem ao tempo, não têm cor para perder.
Talvez me renda. Mas nunca deixará de ser isso: uma rendição.
Talvez me renda. Mas nunca deixará de ser isso: uma rendição.
nem sei o que te diga...talvez porque os clássicos não ferem a retina como o fazem as vivências a cor!
ResponderEliminarbom dia Olvido
Ps: quanto ao tempo, como tu bem dizes, não actua como medicamento de cura, apenas como um simples anti-inflamatório momentâneo...o silêncio sim, o silêncio...o pior é conseguir tê-lo cá dentro!
Talvez tenhamos de aprender a domar a cor ;)
ResponderEliminar[não o tempo nao cura nada, mas deixa-nos talvez aprender a viver com dores crónicas e aprender a escutar apenas no silêncio o que somos.
silêncio cá dentro é vazio oco, o silêncio rico é alma que respira e se refaz...é silêncio semente.]
:)
ResponderEliminar"Silêncio semente" gosto!
Sabes Nietzsche tem uma frase que me diz muito..."Você precisa ter o caos dentro de si para poder gerar uma estrela"
Sim também creio que quando nos apaixonamos, a alma absorve essa profusão de cores e de tons que mais ninguém vê. E quando um dia desgraçado a paixão se esfuma vemos e sentimos tudo cinzento e negro. Mas eu creio, Vi, creio que fica sempre uma pequena semente ínfima que seja,em estado latente. Algo pode reacender, colorir, acontecer.
Boa noite e um beijo para ti.
Nanda
( you have got a mail)
Sei do que fala, dessa falta, pois já a vivi também. É verdade que é doloroso perder isso. Contudo, a vida dá-nos outras coisas também para nos apaixonarmos, para nos ligarmos a ela e a nós. Creio que isso me salvou nos momentos piores: amigos, filhos, livros, trabalho, às vezes um filme, outras o simples fruir da paisagem...
ResponderEliminar~CC~
O amor é uma tentativa de penetrar no íntimo de outro ser humano, mas só pode ter sucesso se a rendição for mútua;)
ResponderEliminarBom dia, Vi:))
Nanda,
ResponderEliminarDepois de tanto caos, de tanta escuridão, eu devia ser já uma noite estrelada :))....
das paixões não acredito que reacendam, acredito não que não se apagam ou em surgirem outras, diferentes, ou quero acreditar nesta parte. Uma paixão que morreu, teve razões para morrer, ou ter sido morta mais provavelmente, e essas não a deixam reacender, diria eu...
...vi agora!! Muitos parabéns!!! Que bom! Fico contente e acho delicioso a maneira como fazem as coisas, como fizeram também essa :)) o que importa verdadeiramente são vocês e o que vos une - e é tão bonito isso :)) que coisas bonitas assim aconteçam a gente bonita é já uma felicidade e um motivo de alegria.
Beijo enorme (hoje aos dois)
CC,
ResponderEliminarÉ verdade refugiamo-nos nos amigos, nos livros, na beleza que conseguimos beber, mas tudo a certa altura (quando ainda não está o tempo maduro, se calhar) parece lembrar-nos o que perdemos, que o que agora mendigamos de beleza e nos mata a fome de vida são como migalhas depois de termos tido o todo. Só nos falta realmente o que já tivemos, a ignorância é também aí tão cómoda, tão abençoada.
Mas acredito que possa haver outras paixões que nos agarrem a respiração pelo arrebatamento, pelo sentir o sangue correr carregado de vida nas veias, que possamos ser surpreendidos pela vida outra vez - não há paixão sem surpresa, pois não? Há muita coisa por que nos podemos apaixonar, assim que tenhamos clareado o olhar (ou eu quero muito acreditar que sim). :))
Legionário,
ResponderEliminarFalava doutra rendição, da rendição à falta de cor nalgumas coisas... ao conformarmo-nos que o morno não queima e não gela, e que isso é uma coisa boa e duradoura. Muito praticada, certamente por ser aconselhável. E eu detesto coisas mornas, sabes? Mas dizem que como os clássicos, duram... e eu estou cansada do que me está sempre a acabar.
Então essas férias?? Já acabaram?? Já sentia a tua falta por aqui :)
Bom dia, Legionário
:)
ResponderEliminarObrigada menina doce.
Um beijo nosso para ti.
Nanda