Apanho agora, às vezes, o meu olhar fixo em alguma coisa que não se prende a ver - olho o infinito no fundo da chávena bebida ou por beber, no cigarro que me arde nos dedos ou desfeito no cinzeiro, nas sombras que me imitam os gestos ou nas cores que pintam o por-do-sol nas paredes da sala vazia... voo os pensamentos como quem poisa o olhar em palavras não ditas, em instantes por perder, em passados que a pele já não vê, mas sente como a cegueira do tempo. Coisas - quaisquer coisas servem, até coisa nenhuma - que o olhar fixa e transforma em pontos de fuga de realidades por acontecer. Portas escancaradas trancadas dentro da boca. Vidas paralelas que ninguém vive, mas onde se habita - ahhh... essa liberdade louca, trancada por dentro da pele, impermeável à realidade vivida, onde se vive o que se devia ter vivido. Aí, sim, vive-se (na loucura do que seria são).
Para tornar a realidade suportável, por vezes...temos de cultivar em nós certas pequenas loucuras;)
ResponderEliminarBoa tarde Vi, fiquei sem resposta no Post anterior:(
Indigo Eyes!
ResponderEliminarboa tarde Olvido
Legionário,
ResponderEliminarestou em crer que as que cultivo já não pequenas... ou então cresceram muito, as danadas... ;))
(já resposndi, tens razão, ainda devia estar a meio gás...)
Boa tarde!
Sol,
ResponderEliminaresta etiqueta nasce donome dum album do Jimmy Scott "mood indigo" e que me ficou porque há alturas em que a melhor maneira de descrever a minha disposição é a sonoridade daquelas músicas... é o equivalente em som a uma tarde silenciosa de chuva passada à lareira... que é quando eu adoro pôr essas músicas em repeat e deixar a melancolia e a nostalgia rebentar todos os escalões :)) (para depois tudo se repor nos níveis normais)
Boa tarde!
E por falarem em Indigo Eyes...
ResponderEliminarIndigo Eyes - Peter Murphy
Fire burning in a hill
The lines are rocky rough
Red angels wait to pick remains
The cindered shoulder
Of confused men
Seperate from their awe
With grey desire
He looks out mad
His soft grey indigo eyes
Indigo eyes ...
Asking
His heaven is uncovered not
A black tree blocks his way
His way is skating round a dome
(His way is in dismay)
The playmate sings
Like Orphee in some thunder world
Asking to be bathed in light
To be exemplified
With grey desire he looks out mad
His soft grey indigo eyes
Saw his past
He had dug for trust
With blind infected hands
And wondered as the hurt bit hard
Why the sacred weren't at hand
Only when his ears were deaf
To the angels light burst waves
Only when his ears were deaf
Did life turn from fog to fog
But not evil but estranged
But not evil but estranged
Indigo eyes, Indigo eyes
Indigo eyes, Indigo eyes
With grey desire
He looks out mad
His soft grey
Indigo eyes
Indigo eyes
Pois é Vi, grande música, enorme músico Peter Murphy;)
tirei nas férias uma foto tão parecida com esta :)
ResponderEliminarobrigada pela música... gosto!! ;))
ResponderEliminar:)) e concordo, também gosto do moço... mas a etiqueta não vem dessa música, mas vem de música...
Laura,
ResponderEliminarGosto deste tipo de fotos :) ...esta foi neste fim de semana, as cores do por do sol na minha sala nesta altura do ano são das coisas boas que a minha casa tem e eu usufruo até ao tutano... :))
O olhar que vê para além do ponto que fixa e que dá trela às histórias imaginadas vezes sem conta, repetidas ou inéditas... Também dou por mim, às vezes, olhando assim. :)
ResponderEliminarLuisa, vezes sem conta mesmo... Repetidas ou inéditas. :))
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