segunda-feira, 9 de outubro de 2017


Apanho agora, às vezes, o meu olhar fixo em alguma coisa que não se prende a ver - olho o infinito no fundo da chávena bebida ou por beber, no cigarro que me arde nos dedos ou desfeito no cinzeiro, nas sombras que me imitam os gestos ou nas cores que pintam o por-do-sol nas paredes da sala vazia... voo os pensamentos como quem poisa o olhar em palavras não ditas, em instantes por perder, em passados que a pele já não vê, mas sente como a cegueira do tempo. Coisas - quaisquer coisas servem, até coisa nenhuma - que o olhar fixa e transforma em pontos de fuga de realidades por acontecer. Portas escancaradas trancadas dentro da boca. Vidas paralelas que ninguém vive, mas onde se habita - ahhh... essa liberdade louca, trancada por dentro da pele, impermeável à realidade vivida, onde se vive o que se devia ter vivido. Aí, sim, vive-se (na loucura do que seria são).

10 comentários:

  1. Para tornar a realidade suportável, por vezes...temos de cultivar em nós certas pequenas loucuras;)

    Boa tarde Vi, fiquei sem resposta no Post anterior:(

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  2. Indigo Eyes!

    boa tarde Olvido

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  3. Legionário,
    estou em crer que as que cultivo já não pequenas... ou então cresceram muito, as danadas... ;))
    (já resposndi, tens razão, ainda devia estar a meio gás...)
    Boa tarde!

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  4. Sol,
    esta etiqueta nasce donome dum album do Jimmy Scott "mood indigo" e que me ficou porque há alturas em que a melhor maneira de descrever a minha disposição é a sonoridade daquelas músicas... é o equivalente em som a uma tarde silenciosa de chuva passada à lareira... que é quando eu adoro pôr essas músicas em repeat e deixar a melancolia e a nostalgia rebentar todos os escalões :)) (para depois tudo se repor nos níveis normais)
    Boa tarde!

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  5. E por falarem em Indigo Eyes...

    Indigo Eyes - Peter Murphy

    Fire burning in a hill
    The lines are rocky rough
    Red angels wait to pick remains
    The cindered shoulder
    Of confused men
    Seperate from their awe
    With grey desire
    He looks out mad
    His soft grey indigo eyes
    Indigo eyes ...
    Asking

    His heaven is uncovered not
    A black tree blocks his way
    His way is skating round a dome
    (His way is in dismay)
    The playmate sings
    Like Orphee in some thunder world
    Asking to be bathed in light
    To be exemplified

    With grey desire he looks out mad
    His soft grey indigo eyes

    Saw his past
    He had dug for trust
    With blind infected hands
    And wondered as the hurt bit hard
    Why the sacred weren't at hand
    Only when his ears were deaf
    To the angels light burst waves
    Only when his ears were deaf
    Did life turn from fog to fog
    But not evil but estranged
    But not evil but estranged

    Indigo eyes, Indigo eyes
    Indigo eyes, Indigo eyes

    With grey desire
    He looks out mad
    His soft grey
    Indigo eyes
    Indigo eyes


    Pois é Vi, grande música, enorme músico Peter Murphy;)

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  6. tirei nas férias uma foto tão parecida com esta :)

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  7. obrigada pela música... gosto!! ;))
    :)) e concordo, também gosto do moço... mas a etiqueta não vem dessa música, mas vem de música...

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  8. Laura,
    Gosto deste tipo de fotos :) ...esta foi neste fim de semana, as cores do por do sol na minha sala nesta altura do ano são das coisas boas que a minha casa tem e eu usufruo até ao tutano... :))

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  9. O olhar que vê para além do ponto que fixa e que dá trela às histórias imaginadas vezes sem conta, repetidas ou inéditas... Também dou por mim, às vezes, olhando assim. :)

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  10. Luisa, vezes sem conta mesmo... Repetidas ou inéditas. :))

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