domingo, 30 de maio de 2021
sábado, 29 de maio de 2021
sexta-feira, 28 de maio de 2021
terça-feira, 25 de maio de 2021
domingo, 23 de maio de 2021
sábado, 22 de maio de 2021
quinta-feira, 20 de maio de 2021
quarta-feira, 19 de maio de 2021
terça-feira, 18 de maio de 2021
Umas voltas na cidade, as rédeas soltas de quem não está, e vim aqui parar sem saber porquê. Talvez a luz do fim de dia, talvez o sol ainda limpo e os olhos a pedirem mais. As flores crescem sim licença no meio das ervas e as folhas abanam-se à passagem do vento ou do tempo, sacodem sombras. Cresce uma casa também, novidade para os meus olhos. Coisas que surgem onde outras desaparecem. Um ladrar ao fundo, e eu aqui, a falar, sem dizer palavra. Uma conversa de silêncios.
segunda-feira, 17 de maio de 2021
domingo, 16 de maio de 2021
sábado, 15 de maio de 2021
quarta-feira, 12 de maio de 2021
domingo, 9 de maio de 2021
E um dia acordo e sou mãe há quinze anos. Tenho um bebé de quinze anos. Acho que terei sempre um bebé, não importa os anos, mesmo que já não tenha tratamento de bebé, nem mo deixassem ter... Acabei de fazer um bolo.. quer dizer não sei se lhe chamaria bolo, é mais uma mixórdia, porque para quem é tinha de ser um bolo saudável (valhamedeus, um bolo e não pode ser declaradamente doce de açucar e com tudo que se tem direito... ao menos uma vez de vez em quando.. mas enfim, hoje as vontades são do bebé..)... então é substituir uns ingredientes, procurar receitas na net, e eu e a minha incapacidade de seguir receitas dá numa mixórdia que combina coisas de várias receitas, depois de perceber a correlação de quantidades... portanto não faço ideia se está comestível ou intragável. Se estiver bom, por outro lado, não a saberei repetir... paciência, inventa-se outra na altura. Mas na verdade acho que na cobertura vou furar o esquema da coisa... só um bocadinho, vá. Chocolate preto é antioxidante, né?
E hoje lembrei-me duma frase que lhe ouvi há dias, curiosamente na véspera do dia da mãe... depois duma conversa que começou com o espanto dela e a frase... "mas que mulher não é feminista? não existe!"... e eu respondi... "bom, existe, a tua mãe pelo menos" O que muito a espantou, porque como lhe disse as coisas não são lineares e devemos ter pensamento crítico e analítico - pensar sobre o que se ouve e lê, e depois concluir. Não concluir, apenas para fazer parte. Carneirada não é argumento e não devia ser opinião. Não lhe impus ideias, fiz perguntas, muitas das quais de que não sabia resposta, dei-lhe a minha opinião, que igualdade é ninguém ser melhor ou pior que ninguém, mas não aproveitar uma condição natural para ter benefícios injustos alegando que se está a combater desigualdades. E igualdade de coisas diferentes é só uma forma deturpada de emendar, errando. Igualdade e equidade são coisas diferentes. Eu não quero igualdade, quero justiça. E essa não depende do género, mas da condição humana. Falámos de aborto, do direito ao próprio corpo, da resposta evidente da decisão ser da mulher, não há igualdade aqui pois não? e da decisão de ter ou não um filho ser independente da vontade do pai, mas ainda assim ele ser responsável numa decisão em que nada garante sequer a sua participação (já que a decisão, porque de facto as coisas não são iguais e a natureza assim o determina, não é dele nem poderia ser, mas as consequências à partida são responsabilidade sua)... é justo? e as quotas? é justo? ou só uma humilhação em nome dum objectivo? uma injustiça em nome da mesma injustiça, do género garantir lugar. Então mas não era isso que se queria combater? Falámos de muita coisa, pus muitas questões, não para lhe dar a resposta, mas para que ela a pensasse e procurasse. Lembrei-me de noites inteiras em que fazia o mesmo exercício sobre outras coisas, com outras pessoas. Fazer perguntas, sem tentar obter respostas mas fazendo com que quem as ouve as pense mesmo que não dê conta. Nunca quis que pensassem ou pensem como eu, mas quero que a minha filha pense e defenda o que pensa sustentada em argumentos. Só pensando sobre as coisas e com uma análise critica penso que se pode lá chegar. No fim disse-me
- estou sempre aqui, filha. Sempre que quiseres.
E agora ver se o bolo já queimou...
sábado, 8 de maio de 2021
sexta-feira, 7 de maio de 2021
Tiraram-me as folhas douradas do outro lado da rua, mudaram-me as vistas e o poiso. Mudaram os escritórios, mas não mudaram as pessoas e as pessoas não mudaram. E eu acho que também não. E começo a pensar que algo vai ter de mudar. Prometi-me que não deixaria esta empresa mudar-me, multinacional ou não, grande grupo ou pequeno grupo. Prometi que não me ia tornar o que não gosto de ver, não gosto de hipocrisia e detesto joguinhos de bastidores, políticas e odiozinhos de estimação bem guardados por trás de sorrisos e pancadas nas costas. Oferecem ajuda para ficar por dentro das coisas, já percebi, já agradeço e dispenso. E dispenso também é por enquanto manda-los à merd@, mas não sei por quanto tempo. Voltando aos escritórios volta a sensação agudizada que as pessoas não trabalham umas com as outras, mas umas contra as outras. Nunca trabalhei assim, e prometi-me não deixar esta empresa entrar-me no sangue, por muito sangue que me ande a custar. Mas como em tudo, quando disser basta, é basta. Terá chegado a hora?
quarta-feira, 5 de maio de 2021
terça-feira, 4 de maio de 2021
sábado, 1 de maio de 2021
Nunca há uma altura certa. Ainda que se planeie, ainda que se pense e repense, ainda que se marque num calendário que não chega a ser tempo, mas só pensamento. Nunca se sabe o momento certo, então esperamos um dia sentir, ter a certeza, algo acontecer e tornar-se claro. Nem sempre acontece, ou quase nunca, e então espera-se, espera-se por alguma coisa que não se sabe o quê, e depois já não sabemos por que esperamos, até que continuamos à espera sabendo já nada esperar. Mas esperamos, ou deixamos o tempo passar sem calendário. O extraordinário que ansiamos acontecer, é dar um passo de fé, sem razão ou com ela, mas com vontade de chegar a algum lado pelo próprio pé, é fazer acontecer. Uma vontade que vença a inércia de ser, de continuar sendo. Mesmo que se revele ser o fundo do abismo, ou, com sorte, onde queríamos chegar. A alternativa é esperar até ao desespero, e depois, depois continuar, e desesperar por querer alguma coisa que nos faça acordar, dar passos, querer. Acordar é sempre um abismo. No tempo.