Esta sensação que me falta, que sempre me faltou, ausência tão sentida há tanto tempo. Este amparo, esta segurança que aconchega a vida aos dias, isto de que sinto sempre ter sido órfã. E depois esta sensação que me come lentamente alguns dias, de saudades não sei de quem, de falta não sei de quê, como? Porquê?... se sempre faltou o essencial? Se todas as vezes que a vida me abanou, de todas as vezes que me abala, são os meus próprios braços que me envolvem, os meus medos que me amparam, as minhas faltas que me aconchegam as noites? Como é que se anseia por algo que nunca se teve? Que não se conhece? É como amar alguém que não existe, mas que conhecemos. De alguma forma conhecemos. Só nos falta encontrá-lo. O que só é possível se não procurarmos.
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