Ora cá está uma estreia... não, não levei com a frigideira, nem sequer com o rolo da massa... mas sim, é o meu primeiro dia em teletrabalho. Gostei de poder acordar mais tarde e chegar cedo, da vista da janela ter árvores, de se tiver fome nao ter de comer bolachas ou esoerar pelo almoço, e de poder tomar o café do almoço na varanda... podem repetir (só está previsto mais um dia, de resto nem na cidade posso ficar, bahhhh... quanto mais na doçura do lar...) que assim sempre faço menos de io-io, durmo mais um tico (tipo hora e meia...) e trabalha-se na mesma. Não precisa de ser sempre, falta-me o “cumbibio” com algumas pessoas, e parecendo que não, a viagem ao fim do dia, nos dias de regresso, apesar de cansativa, relaxa-me.
segunda-feira, 30 de novembro de 2020
domingo, 29 de novembro de 2020
E é este o mote dos fins de semana cá em casa. Esta disputa de mimo e atenção. Porque se a filha pede, a mãe não pode deixar de pedir, pois... mesmo sendo mais arisca, e ser muito menos de mimos que a filha... há que marcar, e não perder, território!! A modos que é isto, estas caras, perdão, focinhos de fim de semana. Isso e a música ambiente que mais se ouve ser: “sai” “está quieta” “não se corre dentro de casa” “ não sejas chata, deixa-me” “Oh mãe tira-a(s) daqui” e risos das parvoeiras, a que acabamos por não conseguir resistir, e desmanchamo-nos fatalmente, ou só o derradeiro “ lá para fora, já chega!”. Até termos saudades deste circo, e abrirmos a porta outra vez...
sábado, 28 de novembro de 2020
Sábado de manhã, depois da ronha e do primeiro café em casa - que agora serve também de aspirina, porque antes dele as dores de cabeça não me largam, mas só aparecem ao fim de semana, curiosamente. Saímos de casa, que não tem jardim, só uma varanda que adoramos, e vamos ao pão. E ao jardim, este, a uns metros de casa. Temos a sorte de a poucos metros termos dois jardins diderentes onde esticar as pernas e mergulhar no verde. No caminho deixo-a correr, vingar-se dos dias em casa, no quente mas numa quietude que não lhe cabe nas pernas. Depois, uns metros à frente, vamos abastecer-nos de pão para a semana. Senta-se a guardar o poste para ele não fugir, claro, atrelo o poste a ela e entro, atenta de ouvido para ver se reclama com alguém. Tudo tranquilo, na volta mais uns sprints no jardim, já libertas da trela do tempo. E de pés e olhos presos neste tapete, vejo esta imagem. E guardo-a.
quinta-feira, 26 de novembro de 2020
Se eu tivesse um escritório que chamasse meu, onde estivesse todos os dias, ou quase, em vez de andar cada dia num sítio, sem poiso fixo e com muito stress e irritação, punha isto pendurado na parede. Bati os olhos nisto e ficaram lá, mesmo depois de já olharem para outro lado - e há tanta coisa assim, não é? ... olhamos para outras coisas, mas os nossos olhos estão postos onde teimaram poisar e fazer sítio... mas adiante, esta frase é brilhante, como tantas coisas desta senhora. E neste momento é um lema de vida, de combate, de postura... E eu não sei se estou à altura. E a frase lembra-me isso, mas que tentar e falhar é sempre menos cobarde que nos pouparmos à derrota, porque essa não derrota, não é uma vitória, é apenas uma máscara para o definhar sem oposição, para uma paz podre com demasiadas baixas por falta de combate. É apenas outro nome para a morte por agonia.
quarta-feira, 18 de novembro de 2020
Dizem que o imitar, o copiar, é o maior dos elogios. Eu concordo. Nos últimos anos apercebi-me algumas vezes de coisas desse género, desde expressões roubadas daqui e doutros sítios, até formas de apreciar a vida em câmara lenta, a alguns gostos e coisas que alguém me confirmou dizendo que realmente tinham ido beber muita coisa a mim, comprovadamente. E deve tê-lo dito feliz, ainda que fosse uma cópia, não tendo o original era melhor do que aquilo que tinha... ainda que no dia que faltasse a fonte onde ir beber, ou copiar, bom, voltava tudo ao mesmo, mas, claro, nos entretantos a cópia nunca chega ao original... E hoje, chego ao escritório, ao meu antigo escritório, aquele que ninguém ao início queria, que era filho dum Deus menor, e que me deram a mim, sem que disso me tenham ouvido reclamar. Tinha desvantagens, mas também tinha algumas vantagens, que eu via mas eram percebidas por outras pessoas como não o sendo, e agora, mal me mudei para outras guerras, depressa alguém se mudou para ali... que afinal ali era melhor. Agora, o dia em que trabalho aqui arranjo-me em qualquer lado, não há crise e também tem vantagens... Acontece, que com isto tudo, ponho-me a pensar, que também esta criatura parece querer-me seguir as pisadas, pisar onde eu pisei, replicar o meu caminho. As pessoas esquecem-se que ao fazer o caminho temos de decidir por onde ir, que passos maiores e que passos mais pequenos dar, que direcção tomar e como, e que as coisas têm, ou ficam, com a nossa forma de ser. Quem imita, quem copia, quem quer absorver o lugar por osmose e replicação, esquece-se disso. A relação de proximidade que criei com esta gente, o que consegui fazer com eles e deles, não tem que ver com o sítio onde estava a trabalhar, e que até era visto como desvantagem por quem não o quis na altura, tem sim com a empatia criada, com a forma de trabalhar, e às vezes brincar. É a forma como somos, não como copiamos... ou quem copiamos. Pode ser um elogio, mas às vezes irrita um bocadinho... e o que faz certamente é passarmos a olhar as pessoas com alguma pena, o que é uma pena. Porque francamente não precisam disso... bom, algumas.
domingo, 15 de novembro de 2020
... Outras é uma forma de sentir, de nos deixarmos sentir, de sentirmos - normalmente com alguém. É sentirmo-nos nós, encontrarmo-nos numa voz como um eco da alma que trazemos, e que parece que reconhecemos pelo eco... pensamos que não, mas demora muito a encontrarmos a nossa própria voz, o que somos debaixo de tudo que fazem de nós, de tudo que nos fizemos e o mundo construiu, dia após dia. Conhecermos os cantos escondidos de nós mesmos é uma descoberta que custa muita vida, e talvez só isso, e pouco mais, se deveria chamar realmente viver. O outro não é a nossa casa, mas é a porta para entrarmos em nós. Ainda assim, a ideia mais bonita é essa: de alguém ser a nossa casa, de o habitarmos, de deixar que vivamos nele, protegidos, guardados. Alguém que nos traga dentro sempre, um peito para o nosso coração viver. Alguém que encontramos e nos faz regressar a nós, à nossa forma mais bonita, melhor, que mais gostamos. Amar o outro é talvez amarmo-nos com os olhos dele. Como se ele fosse a nossa casa, onde chegamos para, confortavelmente, fechar, por dentro, a porta ao resto do mundo.
... que corra riscos, sim... e que “os” tenha no sítio quando chega a hora de assumi-los... ahhhh coisa mais atraente e sensual e sexy... e...e humm....
... agora, muito diferente é aquele que não tem a inteligência para distinguir assumir riscos com tendências suicidas... este moço só pode querer morrer, só pode...
Bom dia, esbeltos e espadaúdos,
belezas estonteantes de audácia dessa vida! ;))
[bom mesmo é ter gente que nos manda estas pérolas em modo de cumplicidade para nos rirmos :)))) ]
sábado, 14 de novembro de 2020
quinta-feira, 12 de novembro de 2020
domingo, 8 de novembro de 2020
sábado, 7 de novembro de 2020
De luas, desatino e aguaceiro
Todas as noites que não foram tuas.
Amigos e meninos de ternura
Intocado meu rosto-pensamento
Intocado meu corpo e tão mais triste
Sempre à procura do teu corpo exato.
Livra-me de ti. Que eu reconstrua
Sem amargura. E que me deem
A enorme incoerência
De desamar, amando. E te lembrando
– Fazedor de desgosto –
Que eu te esqueça.
sexta-feira, 6 de novembro de 2020
Esta sensação que me falta, que sempre me faltou, ausência tão sentida há tanto tempo. Este amparo, esta segurança que aconchega a vida aos dias, isto de que sinto sempre ter sido órfã. E depois esta sensação que me come lentamente alguns dias, de saudades não sei de quem, de falta não sei de quê, como? Porquê?... se sempre faltou o essencial? Se todas as vezes que a vida me abanou, de todas as vezes que me abala, são os meus próprios braços que me envolvem, os meus medos que me amparam, as minhas faltas que me aconchegam as noites? Como é que se anseia por algo que nunca se teve? Que não se conhece? É como amar alguém que não existe, mas que conhecemos. De alguma forma conhecemos. Só nos falta encontrá-lo. O que só é possível se não procurarmos.
segunda-feira, 2 de novembro de 2020
Sento-me cá fora, a ouvir pingar aqui e ali, sem frio nenhum, a tentar acalmar o que me parece queimar por dentro. Acendo um cigarro e penso no sono que vou ter de manhã, para ver se o chamo para perto. Mas o sono é a calmaria da água, não se dá com o fogo. Amanhã será um dia daqueles, com mais guerra do que eu gostaria e que me cansa antes de começar. Não sei por que raio aceitei tudo isto. Mas se o meu medo era eu não chegar, não ser suficiente, agora o medo é de não saber descer ao nível e descobrir não haver forma de resolver doutro modo. Afinal a competência mais precisa é aquela que não quero ter, nem estou disposta a ter. E na verdade nada disto é muito importante... Bonito.