sábado, 19 de setembro de 2020

[foto @vorosmate]

O Outono a despontar, a querer dar o ar da sua graça...
A lembrar as saudades que não sabíamos já ter... ou eu, pronto.
Mas este ano quase não senti o Verão, vi o mar de raspão poucos dias, mergulhei os pés na areia uma ou duas vezes. Não sei o que ando a fazer da minha vida, ou o que ela anda a fazer de mim...
No outro dia perguntei a alguém: estou diferente? Responderam que muita coisa mudou na minha vida, que muitas voltas se deram no meu mundo, mas 
que a minha essência não parecia ter mudado nada, que quando paro e estou, sou a mesma. Fiquei aliviada, quase contente, às vezes não sei onde andam certas partes de mim, tenho medo que desapareçam, e tenho saudades de as sentir. O Outono tem muito a ver com esse meu lado, e estava com saudades, e só hoje ao acordar neste Outono que acorda do outro lado dos vidros me apercebi do quanto. Nem sempre é o perder que nos lembra o que gostamos ou somos, é o voltar a sentir, o reviver, que nos acorda e traz a imensa saudade duma ausência que tanto fizemos por não notar, que um dia deixamos até de notar, de contar os dias e as dores. Depois amanhece o Outono e tudo muda, apagando tudo o que mudou. Talvez tenha sido a falta do Verão, ou talvez o Outono em mim seja sempre assim.

4 comentários: