quinta-feira, 3 de setembro de 2020

É nestas noites que esta minha varanda é um bálsamo. Finalmente volto a aproveita-la. A noite está esplêndida, não há frio nem vento, e tenho a pintarolas aos pés. O cansaço vence-me a passos largos, e penso que adormeceria aqui facilmente, na minha cama-palete de almofadas. Ontem a esta hora já me tinha rendido, derrotada pelo dia, por tudo, o sono raptou-me e levou-me, eu deixei e agradeci. Hoje a noite parece lembrar as noites calmas, amenas, quando a vida era diferente. Antes de tudo se tornar diferente. Já não sei qual é a normalidade, ou talvez isso não exista, há o agora quotidiano e os antigos, e tudo será normal. Talvez daqui a pouco tempo a normalidade, a minha, já será diferente. Agora parece que só espero que o tempo me traga uma que goste mais do que gostava dos dias, do agora, da normalidade, antes de tudo ser diferente e não ser anormal.

2 comentários:

  1. A vida não é assim mesmo, há muita coisa para fazer, não nos acostumemos à normalidade, indague-mos, sejamos a mudança, é preciso rumar contra a maré, sempre.

    Olá, Vi:)

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    1. ... estou farta e cansada de remar contra a maré, em várias vertentes da vida, nalgumas desisti mesmo, às vezes é bom deixarmo-nos um pouco à deriva, descansar... e a mim apetecia-me. Há marés que por muito que remes nunca serão tuas, então largas o remo e deixas que o tempo te guie até uma costa onde te apeteça aportar. :)

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