quarta-feira, 8 de abril de 2020

É.
Ou que nos queira perceber.
Despir-nos a pele e querer ver, perceber. 
Gostar da pele nua, e de a despir. 
De conversar e de tocar. De ser tocado. Mesmo à distância. 
Numa intimidade que não deixa espaços, nem cria vazios. Deixa respirar melhor. 
Num perceber que é mais conhecer, e querer. É nunca saber tudo, e sabê-lo, a cada descoberta. Perceberem o que nos move não é saber onde vamos. Ou como. 
E ir ao lado nem sempre é ir junto. E ir junto nem sempre é chegar - e às vezes não chega.
Como perceber não é saber tudo: há uma distância, onde cabe a surpresa do que vamos querer perceber. Ou vamos perder, sem querer, ou saber porquê.

[quando vi esta foto, vi só as primeiras quatro linhas. Não sei donde veio o resto, mas estava lá. De certeza, eu só não soube logo. É, talvez em tudo, o não saber que nos prende e se gosta, tanto como o gostar de perceber o que se sabe, ou mais.]

Sem comentários:

Enviar um comentário