domingo, 8 de abril de 2018


[foto @kristinenor]

Há sentimentos que a distância não apaga, 
mandam um beijo e tudo se incendeia. 
Como se nunca tivesse sido 
senão fogo. 
Outras vezes não mandam,
 e o vento leva as cinzas dum tempo 
que teima em ficar.

16 comentários:

  1. Como se sente um ou uma poeta que so escreve sobre fatalismos e subserviência? Ocorreu me esta pergunta...

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    1. ... nunca me ocorreu tal, não faço ideia, suponho que só perguntando a um tal poeta... a única coisa que me parece é que um poeta é subserviente à poesia, isso sempre, nas suas várias formas, diria eu :)

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  2. Uhmm. Resposta politicamente correta:)e que evitou o cerne da questao. Escrever semore ckm palavras bonitas sobre o homem ou a mulher amafa ou desejada nao é servilismo?:)

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    1. :DD ... nunca me tinham acusado de ser politicamente correcta, mas há sempre uma primeira vez... e não evitei nada, respondi o que penso e me parece, a única ( única possível, no meu entendimento) subserviência é à poesia, ou à forma como se sente o que se sente, pois parece-me que é sobre isso que se escreve - logo, é tão só escrever o que se sente. O único servilismo é das palavras a sentimento e pensamentos. Se é sentido, ou pensado, assim deve-se escrever diferente? Submetendo-se quem escreve a que obrigação, servindo a quem ou a quê? Isso não me faz sentido nenhum, a não ser que se escreva a soldo... Se é bonito ou não, isso suponho que dependerá do olhar de quem lê. :)

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    2. Continuo a dizer. Evitaste a questão. Quando falo em subserviência, é passar a mensagem (não obstante a qualidade da poesia que é inegável), que o tema é sempre o mesmo. Amor fatal, amor impossível, amor possível, amor arrebatador. A poesia +é muito mais que isso. É sa minha opinião. Mas é só minha:-)

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    3. :))))) parece que enquanto eu não responder a resposta pretendida vou sempre ser acusada de fugir à questão... mas lamento não percebo essa lógica. A única coisa a que me parece que o poeta (como é referido) se subjuga é ao que sente, ao que quer deixar extravasar de si em palavras. Ora esta subserviência, se assim a quiserem chamar, eu aceito. Por esta ordem de ideias não há um tema, há escrever o que vai na alma, o que dá na real gana, e não procurar satisfazer a diversidade de temas, ou a actualidade, ou quem raio se queira agradar. Por isso eu dizia que essa coisa de escrever sobre temas diversificados, encomendados, adequados, interessantes, empolgantes até, é escrever a soldo, sob uma qualquer batuta dum qualquer maestro a quem somos subservientes, aí sim a uma pessoa, ou personagem, e não ao que se sente. Sim, porque a subserviência a alguém vê-se, ou nota-se, nos actos e nos comportamentos e não no que se escreve sobre um sentimento que esmaga até as palavras escorrerem... e aliás parece-me óbvio que lendo o que alguém sente, e não sabendo o que faz ou como se comporta se deduz que tem uma postura servil ou subserviente perante alguém ( e há exemplos de poetas, que pela vida que levaram - apesar de cantarem muitos desgostos de amor e desilusões e amores feridos de grande intensidade - foram tudo menos subservientes...)... mas isto também é só uma opinião minha ;)
      Quanto à poesia ser muita coisa, é verdade, concordo, pode até ser qualquer coisa dependendo de como a vemos, sentimos e vivemos; aliás a melhor frase que encontrei até hoje para dizer o que penso da poesia é da Adélia Prado: "De vez em quando deus me tira a poesia. Olho pedra, vejo pedra mesmo.". Não há poesia quando o olhar sobre um qualquer momento não vai além da superficialidade quotidiana da vida mecânica.

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    4. Pois, quando estamos sintonizados de formas diferentes, acaba por ser desnecessário estar a trocar argumentos. Eu continuo com a minha de que escrever poesia sobre fatalismos, assoberbamentos, e outras coisas superlativas, é muito bonito sim senhor, faz-nos sentir bem connosco próprios, mas é só isso. Redutor. Muito redutor. Se a pessoa se sente bem em prosseguir esse caminho, eu não sou ninguém para o contestar. Agora eu não o sigo.E tenho pena de ver pessoas com talento, que se prendem muito a ele. É só isso:-)

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    5. Eu até podia dizer que concordo em discordar - até porque acho que escrever sobre fatalismos, e outros que tais como dizes, dificilmente fará alguém sentir-se bem, eu diria antes que é uma necessidade para tentar manter os equilíbrios internos, (e já agora deixá-los internos, não extravasarem para o exterior que isso então, quando se vê por aí, não é nada bonito de se ver..) deixando assim escorrer parte do peso que os ossos agarram - mas talvez não discorde de ti, talvez reduzir a poesia a isso seja redutor, sim, o que não quer dizer que seja uma escolha, há quem apenas consiga escrever o que precisa de tirar de si, o que extravasa para não explodir, escreve o que não fala, o que guarda em todos os recantos escuros que até os dias luminosos têm, escreve como quem purga para não gripar. :)
      Talento é coisa diferente, talento é escrever sobre qualquer coisa de maneira que nos faz sempre ler, querer reler, e pensar como se podem dizer certas coisas de uma forma tão perfeita e surpreendente. Para quem tem talento as palavras são ferramentas para pintar emoções, não apenas escapes.

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  3. Ainda que doloroso, e eu sei que é. Parece haver uma certa beleza em amar assim.

    Um beijo no teu coração, Vi. :)

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    1. Haverá? Mas ainda que não haja, não se escolhe como amamos, não é mesmo?

      Beijo para ti, menina :)

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  4. O coração é um órgão muito teimoso, infelizmente...
    Bom dia Olvido :)

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    1. Umas vezes... outras felizmente :)) tal como a teimosia pode ser encarado como um defeito mas também como a qualidade de quem tem convicções e ideias.
      Boa tarde, JI

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  5. A gente não pode compreender os sentimentos sem o contrário deles.

    Bom dia Vi:)

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    1. Isso, Legionário, é uma grande verdade. E há quem tenha de sentir o seu contrário para perceber o que realmente sente ou sentiu.
      Boa tarde, agora :)

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  6. Belíssimo Olvido!
    Sentir, sonhar, imaginar, recordar...
    Assim se fazem poemas. Assim se escreve com o coração.

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