[foto @kat_in_nyc]
Hoje, enquanto deixava os pensamentos da minha cabeça maluca galopar-me, percebi que eu raramente tomo decisões, são as decisões que me tomam a mim. É o atingir de um ponto qualquer que, de dentro para fora, me faz sentir que já passei o ponto de não retorno, de dúvida, de incerteza. Quando as coisas se tornam claramente límpidas na minha cabeça e a decisão surge apenas como reconhecimento, nada mais. É a conclusão dum processo que eu não controlo - não é quando eu quero decidir, é quando a decisão me toma. A decisão vai germinando em nós muito antes de a formularmos ou verbalizarmos, ou reconhecermos, como conclusão. E há decisões que demoram tanto tempo a chegar ao seu destino e a desembarcar, inteiras e senhoras de si, como se daí em diante o tempo e a vida estivessem nas suas mãos. E sim, em cada decisão, há uma parcela que está.
De alguma forma sempre tive a noção que há decisões que não se forçam, se forem forçadas não têm fundações para se susterem e manterem, para vingarem num mundo de incertezas, que ora sopram como brisas ora arrastam como vendavais. Talvez por isso haja tantas decisões que não tomei e tantas que me recusei a forçar ou pressionar. Mas só hoje me surgiu a frase - não somos nós que tomamos as decisões, são elas que nos tomam.
E para quando tomar-me? Demorará muito? Para quando a certeza de não me restarem dúvidas, ou simplesmente a vontade de respostas? Para quando as incertezas não fazerem sequer baloiçar um suspiro duma folha que cai? Que caiu.
As decisões forçadas sempre me correram mal. Muitas foram tomadas por comodismo e paguei todas as consequências. Quanto à certeza de não te restarem dúvidas... se isso acontecer avisa por favor. Não consigo acreditar que se possa alguma vez ter a certeza de alguma coisa.
ResponderEliminarGostei muito do teu texto. :)
Boa tarde Olvido
Sabes, às vezes não restarem dúvidas, não quer dizer que tenhas a resposta definitivamente certa, apenas já não te afecta a resposta, deixas de perguntar, deixas de duvidar. A certeza é de que já não queres saber, a pergunta deixa de te afectar, o ciclo fecha-se e torna as incertezas inócuas, continuam lá mas já não as sentes. Chegas a uma conclusão, um estado de espírito, onde não admites alternativas, não por não existirem mas porque já não são, para ti, alternativas. Acho que é isto.
EliminarBoa noite, JI :)
Este texto é para ser levado literalmente, ou não?:-) Bonita foto, by the way.
ResponderEliminaras decisões tomam-nos a nós? essa confesso que não entendi.
As decisões são talvez o conceito abstrato mais subjetivo que existe. Não há duas iguais. Cada uma tem o seu cunho pessoal.
Lá estou eu com observações e perguntas filosóficas. :-)
Já agora. O email que está no teu perfil do blogger, é para levar a sério, ou não o usas?
... literal havia de ser difícil, não sei de decisões que agarrem e tomem alguém :D
EliminarBom é muito simples, tu vais absorvendo a decisão num processo de maturação muitas vezes sem te aperceberes, sem o forçares, sem um prazo, a conclusão surge e a partir daí toma-te, estás resolvido. Quando não é assim muitas vezes as decisões são temporárias e repensadas e refeitas e... não são decisões, são uma espécie de testes. Quando dás tempo para a decisão te tomar acho que se atinge um ponto de não retorno, as coisas tornam-se claras e sabemos exactamente o que devemos fazer. Era isto.
Ahhh o email é, mas raramente vou a este mail... vou dar uma olhadela.
Uhmm, acho que volto a discordar. A decisão nunca é um processo de maturação, pelo menos no efeito imediato. Na tomada da mesma talvez, mas nos efeitos nunca.:-) Mas entendo o que queres dizer. Pelo menos as decisões mais importantes da nossa vida, as que contam, convém que não sejam fruto da impulsividade. Porque se não os efeitos podem ser desastrosos:-)
EliminarJá tens resposta no mail:-)
A decisão - é o que eu tento dizer no texto - não é o momento em que a proferes... porque quando é assim não é na verdade decisão nenhuma. É, sim, quando de alguma forma tomas consciência da decisão, como se ela te tomasse, porque te conquistou, porque maturou e chegou a uma conclusão - a tua conclusão.
EliminarMas enfim, realmente explicar os próprios textos é coisa que não faz muito sentido, cada um os lê como entende, concordando ou discordando, porque não são para convencer ninguém de nada.
Vou lá pouco, como já disse :)
Fazes muito bem.
EliminarTentar expliocar coisas a desorientados do sentido da vida como eu, é perda de tempo:-)