[foto @gregbionde]
Tenho sono, estou cansada, chateada. Demasiada realidade nos meus dias. Tudo parece irritar-me ou entediar-me. Demasiado chão nesta vida, quero asas de sonho e caíram-me as penas todas, tento abrir asas e caem-me como cabelos a mãos cheias. Mas em vez de cabelos, são penas, sonhos mortos. Pena de a vida me dar chão para rastejar quando o coração tem asas que murcharam. O tempo não rega e os dias secam-me a cada noite. E eu tenho pena. Muita pena. De tanta realidade das mãos enterradas na vida pelas raízes que não se movem.
Estou cansada, não o digo queixando-me, só constatando.
Precisava de colo cheio de mimo e amor, daquele que aconchega, daquele silêncio que entrelaça almas no escuro e que reconforta, mas coisas tão doces e ternas nao pertencem à realidade. Tenho pena. Teria ainda mais se tivesse sido real, mas é vontade escrita a duas mãos, sob o bater de um coração.
Precisava de dormir uma vida inteira para acordar noutra. Não é possível, há demasiada realidade à minha volta, impregnada no meu olhar, entranhada nas minhas mãos vazias, mergulhada no bater inerte do meu coração.
Sabes, houve aí um tempo que andei a bater com a cabeça em todas as paredes. Escrever só afundava a faca no meu corpo. E eu continuava a sangrar. Depois tive a ideia de começar a fotografar. E à fotografia juntar uma frase, ou uns versos. É o que tenho feito desde então. As fotografias não são especiais, não têm técnica alguma, ainda assim, ajudam-me a mergulhar na cor quando o coração é sombra. E tu também vais encontrar a tua magia. Estou certa disso.
ResponderEliminarUm beijo nesse teu coração, Vi.
:) já via as tuas fotografias, já te leio de novo, e é bom isso. :)
EliminarSabes no outro dia estava a pensar precisamente que há nas imagens ( e eu gosto muito de fotografia) uma certa delicadeza que as palavras não sabem dizer, não chegam a todos os tons. E talvez isso tenha ajudado as tuas palavras a ancorar... mas há algo nelas que me parece muito tu, as tuas palavras. Sente-se necessidade de desmontá-las, mas depois percebemos que não o fazendo é que nos falam se virmos nelas as imagens que passas e não os significados. Olha não te sei explicar, só sei que gosto!!
... e eu, eu preciso das palavras porque deixo nelas parte do peso que sinto carregar dos dias. Porque despejo o que ameaça transbordar-me. Por isso me habituei a escrever diariamente, ou quase (ainda que não aqui, claro), e isso a mim ajuda-me, é como uma purga. Mas magia, magia, Alaska é coisa de que o meu olhar se despiu e a alma despediu.
Um beijo, querida Alaska
Há dias assim...
ResponderEliminarÂnimo, Vi:))
Há. Depois mastigamo-los à noite, digerimos em palavras, dormimos de olhos bem fechados e quando acordamos parte já não nos conhece ;))
EliminarA realidade tem o dom de nos tirar os sorrisos e a leveza dos sonhos. Mas não deixes nunca de sonhar Olvido. Sem isso o que resta?
ResponderEliminarBeijinhos :)
...sem isso resta esgravatar a realidade até o chão ser o caminho que precisamos. Sonhar é adormecer a doerem os olhos, e depois sonhar outra vez de olhos fechados e acordar cansada (e esta última parte tem-me acontecido muito nos últimos tempos...).
Eliminaré da realidade que vivemos e nela que temos de ser felizes, o resto são mundos paralelos que nunca tocam o chão que caminhamos...
beijo, JI
Acho que precisas dum momento para rir (muito)! E ouvir barbaridades! E dizer barbaridades!
ResponderEliminarNão resolve nada mas alivia. E, talvez, abra caminho para o sonho.
;)
Preciso sempre, sabes que sim. É o melhor remédio, rir de tudo e para tudo. É das coisas boas que a vida permite: fazer rir e podermos rir com quem gostamos. É das coisas que me fazem sentido... Mesmo que se digam coisas tão sem sentido :D
Eliminar