quarta-feira, 20 de dezembro de 2017


Na hora de todos os cansaços, a alma descansa outra vez o olhar na força incansável do mar, talvez sonhe o dia em que uma maré nos trará um marinheiro que nos torne outra vez mar navegável, 
que fará do nosso olhar velas que enfunam a força da vida e a nossa boca a escolhida para seu porto seguro. Sempre. Nesse dia, com os pés do coração enterrados à beira-mar, deixaremos de esperar o tempo.
O vento que passa silencioso, de olhos risonhos miudinhos, sussurra-me num arrepio salpicado de sal..."mas o coração tem pés?" - pergunta-me endiabrado. E eu sorrio enquanto, em silêncio, lhe mostro que o coração tem o corpo todo. Ele sorri-me nas ondas que me rebentam quase aos pés, no coração.


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