sábado, 4 de novembro de 2017



[foto @kat_in_nyc]

Os dias já estão muito mais curtos e as noites mais frescas. A varanda já pede manta, e daqui a nada, eu, lareira. Estava a precisar deste sossego, destetempo só meu, há qualquer coisa que me pede isso, há qualquer coisa em mim que precisa de ser cuidado com tempo e silêncio, peças que precisam encaixar.
Amanhã à tarde café, alguma coisa em mim tem de mudar, sinto que é tempo de qualquer coisa, talvez eu perceba a necessidade só a minha imobilidade não a ouve, há qualquer coisa que falta, só tenho de a procurar em mim, e para isso preciso de tempo e distância. Ando a mastigar a vida e os dias há tempo demais... hoje estou estranha e não sei porquê, falta-me alguma coisa que me falta descobrir o que é. Lembrei-me agora duma frase que uma vez escrevi a alguém, disse-lhe que naquele momento ele era a minha vontade... e é o que se calhar agora me falta, vontade de alguma coisa, para com essa desenterrar todas as outras. Uma pessoa sem vontade é só inércia. Mesmo andando é como se não saísse do mesmo sítio. E tenho de dar lugar a que um novo lugar se torne sítio. Sítios são coisas imutáveis, sem geografia mas com história - é o lugar certo para algo. É onde ficamos presos sem saber porquê. Os lugares ocupam-se quando vazios, e alguns tornam-se sítios para nós. Eu preciso dum novo sítio e preciso de lugar.

2 comentários:

  1. A vontade, se não quer, não cede, é como a chama ardente, que se eleva com mais força quanto mais se tenta abafá-la;)

    Bom Domingo, Vi:))

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  2. A vontade se não quer, não há quem a faça querer, e se quer não há maneira de a fazer não querer, mesmo que não tenha... é a tragedia dos que sabem o que querem e não querem...
    (e por muito que pensem que se pode controlar alguém, a vontade, o pensamento, o sentir nunca controlará, essa é a tragedia dos manipuladores e controladores... cada um com a sua)
    Boa tarde, Legionário:)

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