quinta-feira, 24 de agosto de 2017


Bom conselho, autêntico ouro sobre azul. 
Resta conseguir, e saber, como fazer tal proeza a todas as horas, nas horas que as coisas boas nos vêm misturadas nas memórias que acordam sem razão, nas horas que sem querer um sorriso se lembra de voltar a sorrir quando ouve uma música, quando passa naquela curva que tem aquele beijo de berma de estrada a meio duma viagem, quando se ouvem expressões (as vezes silenciosamente, só com a cabeça a brincar connosco), que eram a nossa língua e isso me inquieta e nem deus, qualquer que seja, me vale... Nas horas em que a tristeza aperta, ou a incompreensão rasga horas a fio, ou a noção clara da desconsideração gritante, aí é fácil, aí nada-se nesse azul a braçadas longas e vigorosas. Até nos sentimos renascer. O pior é conseguir sequer molhar o pezinho quando o que foi bom, por artes de memórias e outras magias, nos inunda, nos afoga a razão e nos traz ancorado o coração. Estúpido.

3 comentários:

  1. Ou por outras palavras Vi, quando enchemos nossos pensamentos com coisas certas, as erradas não deviam ter espaço para entrar;)

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  2. Sim, Legionário, acho que é isso, sim, não deixar espaço que possa ser invadido...soubera eu como e tudo seria fácil. :)

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  3. Adoro quando poetas apelam à não romantização... :))))))
    E ainda dizem que a ironia não se decifra facilmente na linguagem escrita ;)

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