Ronha, preguicite, disposição para dolce fare niente... mas até já fiz muita coisa hoje. Obriguei-me a dormir mais quando a Pintatolas me foi acordar às nove da matina. Negociei com ela (só eu e ela em casa) prolongar o sossego, acarinhar o domingo desde que nascemos para ele... e adiar esse nascimento... e concordou, ficámos até às onze. Depois, saltar da cama dar-lhe de comer e aos outros, dar um tratamento ao trombil, dedicar-me a uma sessão prolongada de ioga que ainda sinto nos músculos, fazer as famigeradas limpezas de fim‑de‑semana devidas (agora muito aliviadas, graças a deus a senhora que limpa e passa já regressou... a falta que ela me faz valhamedeus, é o luxo mais necessário que tenho), e finalmente, saborear na varanda a minha omelete e salada, com chá e agora um café, com sol. Só ainda estou porquicha, ainda não fui ao chuveiro... vou aproveitar um tico de sol, acabar o meu café, ler um bocadinho se calhar, pintar as garras talvez... e depois vou. Não há pressa hoje. Nem pressa para ter pressa. E nisso ando a pensar muito... quando isto voltar mais ao "normal" lá vou eu acordar duas vezes por semana às seis e meia da matina, sair às sete e meia para chegar às nove onde tenho de estar... dormir por lá, andar de mala atrás, faltarem-me as minhas coisas e as minhas pessoas também... não me apetece voltar ao normal, consigo trabalhar em casa muito bem, ir lá de vez em quando, aconchegar a minha cama todas as noites... enfim, essas coisas. Mas não faltará muito para todo esse carrossel me dar a volta à cabeça... mas foi o que aceitei e gosto do que faço. Tudo tem um preço, pelo menos comigo parece assim, nada vem sem exigências, sem ter de dar de mim coisas que gostaria de manter. Mas é a vida, dizem; e apesar de tudo gosto dela, escolhi-a, essa é a verdade. Escolhemos para nós o que, feitos todos os balanços, preços e valores, gostamos.
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