quarta-feira, 10 de junho de 2020

[Murasaki Shikibu, in O Romance do Genji]

Gostei deste.
Falavam em poemas entre si, em recados que mandavam, cifrados e com referências a elementos naturais. Gosto da ideia das mensagens ocultas, das palavras disfarçadas, das coisas que só o destinatário perceberia. A estrutura era rígida (waka, ou tanka, poemas de 31 sílabas, origem dos haiku, parece) e o remetente era avaliado pela qualidade do poema, tanto na elaboração das alusões como na sensibilidade de expressão. E eram frescos, muito frescos, tinham um grande tráfego na correspondência e imensos destinatários. Assim eram os tempos.... eram?
Um romance de referência, muito recomendado ao que parece (a minha ignorância desconhecia-o), vou a meio e ainda não me encantou. Pelo que li acerca, o melhor, o intrincado nível psicológico do romance virá na parte final. A ver vamos.

2 comentários:

  1. os japoneses são fantásticos, a organização e método, agora a expressão de sentimentos não... Não obstante quando acontece é quase genial

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  2. É verdade, há demasiado protocolo e as formalidades impõem uma certa distância, o engraçado é a contraposição disto com a liberdade sexual, todos andam com todas, e não há qualquer problema nisso, é permitido, basta quererem, e claro cumprirem as regras sociais... isso é que é essencial.
    Não tenho um grande fascínio pelo Japão ou China, sou moça mais ocidental, está visto, o que acho interessante é exactamente como são e vivem e pensam de forma tão diferente, quando somos todos tão iguais. E estou curiosa quanto à dita parte psicológica do Romance talvez também por isso, até que ponto pensam ou sentem ou vivem interiormente de forma diferente?

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