[foto @ryanmuirhead]
Quando ouvidas à distância
Da minha pele silenciada da tua,
De todas as tuas palavras
Escorre vazio
E sobra mentira.
No início ouvia em tudo o que dizias um fundo de verdade
Depois aprendi em tudo o que dizias um fundo de mentira
No fim, nada do que dizias tinha fundo,
Por muito profundamente que o repetisses.
E repetias. Tudo. De novo.
De que vale dizeres-me
Ser a tua sorte grande
se nunca cresceste para a reclamar.
De que valeu repetires-me
Ser eu a mulher da tua vida
Se sei seres homem de muitas vidas e pouca palavra?
(Deves ter alma de gato... das que morrem seis vezes caindo de pé, assistem ao próprio funeral, levantam-se e continuam a percorrer telhados ou vielas, esgueirando-se por entre as sombras das noites pardas)
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