Às vezes ainda me pergunto se pensarás se estragaste a tua vida quando me conheceste, ou quando não ficaste comigo, até ser já tarde demais para haver essa hipótese. Depois lembro-me que não pensas nada disto: não estragaste a tua vida, nem pensas sequer se estragaste em alguém alguma coisa, e lembro-me, de vez e para sempre, que não pensas em nada disto, que provavelmente nem pensas, que foges de perguntas a que tenhas de dar resposta. E de respostas que não te dêem o que queres. Fazes só o que sempre fizeste: nada. Nada, a não ser fazer o contrário que disseste vezes sem conta. O contrário, sempre. Em tudo e em todos os lados, a toda a gente. Cumpres todas as promessas ao contrário. É curioso, pareces o contrário de ti mesmo.
Às vezes esqueço-me que já esqueci isto tudo e tropeço-me no tempo enrolado nos dedos parados. Aquieto aqui as palavras e ponho-os a mexer a outras músicas. Que eu possa dançar.
Às vezes não me pergunto nada. E a música é boa. E eu deixo-me ir.
Por vezes é melhor não perguntar nada se já sabes a resposta, ou melhor, não tens resposta. Então é seguir que outras músicas te farão sorrir.
ResponderEliminarAbracinho bom
Sim, eu sei, ja segui, finalmente, já não quero perguntas nem respostas.
EliminarEstou a aprender a apreciar essas outras musicas... e estou a gostar. Há um conforto bom, ou que eu gosto, não sei explicar. Mas sabe-me bem sentir uma certa distância, um discernimento, de tanto ruído que acreditei ser música.
Beijo para ti, Perséfone