quinta-feira, 9 de maio de 2019

[Jorge Roque, in Nu Contra Nu]

Tudo e nada.
Não esperar nada e saber que tudo pode acontecer.
O bom, o pior mal, e até o que nem se dá conta que já foi.

Talvez continue à espera de esperar alguma coisa
Dizem-me que isso ainda é esperar
Mas esperar o quê?

A esperança?
que veio no comboio das  nove
que não partiu?

Há vezes que parece que a alma volta a ter a forma do corpo.
Não sobra, nem transborda.
Está justamente medida em si, em mim.

Pareço, em pequenas gotas de tempo que escorrem dias, anos, outras vidas inteiras, voltar a sentir a alma cheia, onde o vazio já não é tanto ausência, mas o espaço que guarda o futuro, o porvir,
talvez uma réstia de esperança por ocupar no tempo. Talvez.

Talvez não seja nada
Pode ser tudo

O comboio não partiu
Mas partirá?


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