sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

[foto via @bnwsouls]

A noite absorve os gestos, os casacões esbatem os movimentos de quem passa - são vultos sem gente. Caímos nas garras da noite, onde todos os gatos são pardos. Gatos que dizem cair sempre de pé, e que morrem seis vezes antes da morte derradeira... e nunca por queda, por que será então? Se há isso do amor duma vida, eles terão sete, se calhar vem daí terem de saber cair sempre de pé, e se não morrem da queda, talvez morram de amor(es), afinal. Sete vidas, sete amores, sete mares para navegar sete dias de cada vez, com sete noites para confundirem quem os vê passar. Vi agora, enquanto fumava o último cigarro, um a atravessar a rua aqui em frente, não sei se estava de volta para cá ou de regresso para lá, nem qual vida caminhava.

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