sábado, 8 de janeiro de 2022

 Está um frio de rachar (diz aqui oito graus, mas parecem ainda menos) e eu abro mais a janela. Talvez precise sentir os ossos. Talvez precise sentir. Talvez precise desse sentido do desconforto para acordar não sei de quê, e não sei o quê. Talvez sinta calor por dentro e queira compensar com o frio do mundo do lado de fora do carro. Talvez queira ouvir melhor o silêncio e os seus ruídos apaziguadores. Talvez não me queira ouvir e o frio me obrigue a acordar o corpo do lado de fora, para ouvir o mundo, para se concentrar nele, para o sentir como um arrepio. Para abandonar o meu mundo. Talvez seja só porque quero fumar mais um cigarro antes de recolher a casa sem ter feito nada do que não me apetecia fazer, mas devia. Talvez.

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