O meu pai ontem não fez oitenta anos, hoje a minha filha faz dezassete. Bem sei que é lugar comum dizer que não se sabe como crescem tanto e tão rápido, como o tempo passa sem se dar por ele. Mas dá-se por ele exactamente neles, nos filhos. São o nosso melhor espelho, para nos dizer do tempo, e do que temos de bom e de mau, porque o vemos neles melhor que em nós. A minha pequenita tem muito de mim, já tem é pouco de pequenita, e é também por isso que chocamos tanto e achamos normal... porque discutir é normal e os feitios não são para nos calarmos. Depois é teimosa que nem uma mula, e touro, como o meu pai. E eu tenho a mania que tenho sempre razão, já ela acha que sabe tudo. A modos que os dias não costumam ser monótonos cá em casa :))) safa-nos (às vezes) termos as duas sentido de humor e vontade de rir. Depois temos conversas sérias pelo meio, onde argumentamos e pensamos juntas, trazemos novos olhares sobre paisagens antigas, ou novas. Tem sido um caminho muito partilhado e uma viagem muito bem temperada (às vezes demais). E hoje, hoje acordei com a ideia de que nestes dias as mães deviam ter a prerrogativa de escolher a idade que os filhos deveriam ter, só hoje, só neste dia. E hoje a minha filha teria meses, e caberia perfeitamente em modo sapito em cima da barriga do meu pai, ela de braços e pernas encolhidas, de dedo na boca e toda aninhada na ternura dele. Hoje dava tanto por chegar a casa e vê-los aos dois naqueles preparos. Ela só de fralda em cima da barriga dele, deliciados os dois naquela doçura lá deles. Tantas fotos se tiram, de tudo e mais uma botas, e aquela não tirei, mas guardo-a na memória dos meus melhores sorrisos. Que a doçura nunca te falte, e que o teu avô te continue a dar todos os beijos pequeninos, que eram só dele, através de mim, para que te lembres da ternura dele e donde herdaste a tua.
Não sou mãe, mas leio, e ouço, muita gente dizer isso, acho que apreciar cada fase deve ser delicioso.
ResponderEliminarE é :) mas às falta-me ainda me caber no colo, ainda a levar ao colo par a cama. Agora há outras coisas, muito boas também, claro. Tudo tem o seu tempo, mas às vezes temos saudades de outros tempos...
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