Uma folha no chão, no meio das outras, à espera da chuva, do sol, do vento que a arraste dali ou ali a deixe ficar. De alguém que nunca a veja, ou de alguém que goste de vestir os livros por dentro, com folhas ou outros pedaços que marcam o tempo de cada um, de alguém que depois de a guardar no meio das páginas dum qualquer romance improvável a visite num serão calmo, num fim de tarde onde as cores ardem no horizonte, numa noite de chuva, num tórrido dia de verão. Sempre com um sorriso e uma memória. À espera de alguém que veja longe bem de perto, e a queira para se lembrar dum dia doce de outono, a estação que lhe veste a alma em todas as estações. Olho, olho-me, e essa folha sou eu. Penso em que livro vou guardar-me, enquanto olho a encosta da minha cidade, vestida de névoa e chuva miudinha. O Outono voltou, já o sentem?
Já, sim. Noto pelo sono que me chega mais cedo.
ResponderEliminarDevia haver uma lei que proibisse a apanha das folhas caídas. "Cada folha uma flor".
Olá, caríssimo Impontual
Eliminar:)) eu discordaria dessa lei.
Também tenho mais sono mais cedo… a antiga uma da manhã são as novas onze da noite… ;)
"Penso em que livro vou guardar-me", esta tua frase Vi sobre o Outono, deixou-me a pensar muito;)
ResponderEliminarTemos de pensar bem que história gostaríamos que nos guardasse :)
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