quinta-feira, 16 de setembro de 2021

 


Escrevinhei para aqui o que penso desta coisa das vacinas e de como parece que levei uma sova dum comboio de alta velocidade e de como detesto que me retirem o direito de opção, de decidir e avaliar os meus riscos e assumi-los. Há muita gente que de bom grado entrega as decisões da sua vida, e claro a responsabilidade pelas consequências, não é-o meu caso, até quando é para deixar alguém decidir por mim, isso tem de ser uma decisão minha. Nisto das vacinas não foi, foi compulsório, indirecta e veladamente, mas foi. E não gosto. E não, não sou negacionista, apenas questiono muitas coisas e não sou adepta de carneiradas. Não tenho certezas, mas quem decidiu por mim também não as tem, mas as consequências serão minhas. Não gosto. Disso, de hoje parecer que a minha cabeça não cabe na caixa, das náuseas e de me doer o corpo todo. E não ter sido consequência de decisão minha. Irrita-me…Mas dizia eu, escrevinhava eu p’raqui e desapareceu tudo. Isso também me irrita sempre que acontece. O dia está a correr mesmo bem, portanto.

7 comentários:

  1. Seja qual for o tipo de medicamento tem sempre contra indicações, falando em vacinas, a da gripe tem, e claro a da covid também tem, a minha segunda dose da Pfizer também um dia depois parece que tinha sido atropelado por um TIR, mas pronto passou.
    E Vi, daqui a pouco vamos para o Outono/Inverno, e começam as gripes e afins, pelo menos nós temos mais algumas defesas para nosso bem, porque os profissionais de saúde andam a dar o litro, muitas vezes por pessoas que que se baldaram para a saúde deles e para quem estava mais próximo.
    Cuida-te:)

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    1. Concordo contigo e aflige-me ver alguns comportamentos muito irresponsáveis.
      Hoje de manhã também acordei com a sensação que dizes...

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  2. É ilusório julgar que levamos uma vida sem limites e cujo rumo é apenas definido pelas nossas escolhas. Esse é o preço de viver em sociedade. Sem solidariedade e espírito de bem comum onde os benefícios suplantam amplamente os prejuízos, redundamos apenas no exemplar de um ser egocêntrico e egoísta.

    Também queria ter entrado na escola sem boletim de vacinas porque as "picas" doíam... Também gostava de não ser multado por viajar sem cinto de segurança ou sem capacete... Amava poder fumar num avião e embarcar com a minha bebida de eleição para qualquer voo comercial... Adorava que todos os hospitais recusassem pessoas que escolheram não se vacinar e que levam os Cientistas a prescindir da sua autoridade técnica de conhecimento para não aparecerem como arrogantes perante plateias de autodidatas... Mas viver em sociedade não me permite isso, em prol de um bem comum, onde, reitero, os benefícios suplantam amplamente o prejuízo dos meus caprichosinhos narcisistas.

    ;)

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    1. Não acho que o que nos acontece é consequência exclusiva das escolhas que fazemos, o que disse é que quando há escolhas a fazer acerca da minha vida gosto de ser eu a fazê-las, ou escolher quem as faça por mim.

      Em relação a estas vacinas (e não estou a falar das outras, das que não foram autorizadas pelas entidades competentes com autorizações condicionais...) o que digo é que não há ainda grandes certezas acerca de nada, nomeadamente acerca do risco de a tomar ser muito menor do que o risco de não a tomar (por alguma coisa as autorizações foram condicionais, e justificadas pela emergência da situação) a não ser nos grupos cujas defesas estejam debilitadas. Desde que começaram a ser administradas já surgiram vários efeitos e consequências graves e continuam a aparecer, logo não se sabe o suficiente dos efeitos imediatos e nada acerca dos efeitos a dois três anos – assim como acerca do vírus em si. Era preciso, por exemplo, ter uma noção do universo total de infectados (o que incluiria o numero de infectados assintomáticos de que não é fácil obter dados) para sabermos a proporção real de casos com consequências graves por grupos, e então melhor poder balancear os riscos de administrar a vacina a toda a gente, incluindo as crianças (se fosse tudo tão claro a comunidade científica era unânime, por exemplo, nesta matéria como é nos grupos de risco).

      O problema é que esta questão parece que se tornou mais política que científica; era necessário tomar medidas que evitassem o pânico e conseguissem recuperar alguma normalidade.

      Portanto, o que digo é que não tenho certezas, e que quem tomou as decisões também não as tem, porque a comunidade científica também não as pode dar sobre o muito que ainda se desconhece, e nesse caso acho que devemos ter a liberdade de escolha, não se trata de egoísmo, como não se trata de altruísmo levar a vacina (afinal continua-se a contagiar mesmo vacinados), até porque parece difícil atingir a imunidade de grupo com uma vacina que não imuniza... que pode ajudar, pode, mas sabemos a que custo? Eu não sei, questiono, só isso.
      [e acabei por escrever um testamento...]

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    2. Qual testamento, qual quê? Qualquer oportunidade para te ler é um privilégio, seja em prosa poética ou em desabafos pessoais. Além de não ser obtuso e gostar de uma boa troca de ideias entre pessoas que respeitam concordar em discordar, acredita que entendo perfeitamente as tuas preocupações, mas tal como ilustras na fotografia escolhida, a maioria dessas preocupações são propulsionadas pelo incomensurável lixo da desinformação. A Ciência tornou-se uma opinião. Subitamente, todos ficaram peritos em vacinas. Mas o resto já não importa. Não percebo nada de mecânica ou aviação e sei que morre muita gente de carro e avião, mas mesmo assim preciso de usá-los. Não percebo nada sobre os efeitos dos routers domiciliares e das antenas que pululam à nossa volta, apesar de ler sobre centenas de cancros associados, mas mesmo assim tenho de usar essa tecnologia, porque pombos correios iriam dificultar o meu trabalho. Além disso, ambos (aparentemente) partilhamos esse prazer hediondo por fumar... e por vezes fico embasbacado com a preocupação de potenciais efeitos nefastos para a saúde resultantes da vacina, enquanto acendem mais um cigarro... Isto para não falar dos pais idiotas que dizem temer pela saudinha dos petizes que levam a "pica", mas entopem-lhes as veias com batatas fritas, refrigerantes e fast-food.

      Há politização para tudo. Tem de haver. Só quem confinou no sofá, é que não enxerga além da janela de casa como a pobreza aumentou. O vírus impactou muito mais do que apenas a saúde. Já no ido primeiro desconfinamento já se avistavam olhares desesperados que eram evitados pelos que desconfinavam alegremente, como se viessem de uma temporada nas termas. Olhados como se tivessem obrigação de esconder a sua vida em estilhaços, para sossegar os que penduravam arco-íris nas janela. Não estava tudo bem.

      A minha amada é uma profissional de saúde. Enquanto escutava autodidatas a palrar alarvidades sobre a vacina, chegava a casa alguém de rastos por mais um dia em que o egoísmo humano não entende como é auto-destrutivo. Foram dias duros. Muito duros. O episódio que jamais esquecerei gerou semanas sombrias, por ter presenciado o desespero de um filho pela morte agonizante da mãe de 94 anos, depois de lhe ter desaconselhado/proibido a toma da vacina.

      Jamais criticarei a tua fundamentada opinião preocupada, mas permite-me ficar algo triste com as pessoas que não entendem como o desenvolvimento célere desta vacina foi um dos momentos mais milagrosos de cooperação na história da nossa Espécie.

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    3. A fotografia tem a ver com a desinformação sim, a questão é que tal como em tudo ninguém sabe muito bem até que ponto nos chega distorcida. Para mim a que vou tendo disponível e mais acessível não me responde às perguntas que tenho, e como tenho a mania de pensar pela minha cabeça não gosto que tomem decisões por mim ou mas forcem (mesmo que indirectamente). A ciência não é obviamente uma opinião, mas é evolutiva (o que ontem fazia pessimamente, hoje já não é bem assim, há tantos casos desses... até porque a ciência vai-se corrigindo a si mesma porque se questiona, o que não é questionado nunca evolui).
      Quanto aos teus exemplos percebo que não percebas de mecânica mas sabes e percebes que o numero de acidentes aereos não é comparável a qualquer outro meio de transporte, por outro lado também sabes se sendo poucos proporcionalmente a probabilidade de se sobreviver a uns e a outros também não é propriamente parecida... e tu é que decides se queres ou não viajar de avião. E se só agora o homem tivesse fabricado o primeiro avião te garanto que eu não seria das primeiras a experimentar... daqui a uns anos depois de ver como a coisa corria, talvez :)E fumar, bom, sim, fumo e conheço os riscos e sou eu que escolho se quero ou não fumar. Mas não concordo com uma coisa que disseste no outro comentário, eu lá por fumar e saber das consequências e isso ser um custo eventual para a sociedade devido aos custos com a saúde que os fumadores todos os anos acarretam para o sistema nacional de saúde, acho que todos os que não fugimos aos impostos temos direito a ser tratados. Até aqueles que têm acidentes de viação porque iam com os copos (ainda que obviamente ache uma irresponsabilidade e e uma atitude errada... como tu achas de quem neste caso não se quer vacinar).
      O exemplo que dás percebo perfeitamente, daí ser da opinião que as pessoas devem decidir por si quando há incertezas e consequências que não controlamos. Se acontecesse ter tomado a vacina e ter tido o azar de ser um dos casos que levou a morte seria o mesmo, a culpa por ter tomado uma decisão por outrém. A minha filha levou todas as vacinas, mas realmente não sei se deve levar esta, por tudo o que já fui dizendo...
      O desenvolvimento célere desta vacina foi uma vitória, administrá-la a toda a gente sem conhecer exactamente o balanceamento dos riscos nas pessoas que não estão nos grupos de risco, e sem ter passado o tempo de acompanhamento normal das vacinas já acho que é uma incerteza ( e não digo que não se possa vir a provar que foi o mais certo, admito que sim, neste momento é que ninguém sabe efectivamente e com certezas). Mas não imponho a minha ideia a ninguém, acho que as pessoas devem decidir por si, como em tudo que possa vir a ter consequências relevantes.

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    4. Não é meu intento chover no molhado, mas não é necessário um grau académico superior para saber que a função das vacinas não é eliminar contágio, mas reduzir drasticamente a possibilidade de doença grave, internamento e morte. É óbvio que não há possibilidade de imunidade de grupo. Primeiro, porque nem todos os países recebem vacinas e segundo, porque aqueles que as recebem possuem uma franja populacional que as rejeita. A propalada imunidade é mais um dos contos de fadas que faz parte da desinformação que a população desmultiplica digitalmente de forma acéfala. O método de validação científica é o que se encontra mais próximo da perfeição, justamente por ser mutável. A ciência não assenta em unanimidade, mas em consenso maioritário. Ou seja, o vírus irá tornar-se lentamente (como já é declarado na Dinamarca) uma doença não-crítica socialmente. E para tal, quer desejem papar a verdade irrefutável dos números, quer não, contribuiu a milagrosa Vacina.

      O segredo dos populistas e daqueles que espalham desinformação é fingirem que são tão estúpidos como a sua audiência, para que os seus leitores/espectadores se achem tão espertos quanto eles. E assusta-me de sobremaneira o episódio com Ferro Rodrigues, porque foi a primeira vez em Portugal que a marcha dos chalupas deixou o megafone que as Redes Sociais lhe conferiram e saltaram para a praça pública para invadir a privacidade de outrem. Felizmente ainda não haviam redes sociais, quando se tornou obrigatória a vacinação das criancinhas contra difteria, rubéola, poliomielite, tétano, papiloma humano, meningite, etc. Caso contrário, surgiriam catadupas de pais mentecaptos “especialistas em vacinação” que para justificar desesperadamente o malogrado autismo (por exemplo) dos filhos, atribuiria a culpa às vacinas. E teríamos neste momento, um grau de mortalidade alarmante nos recém-nascidos.

      E só para concluir, é óbvio que somos cobaias ao longo da vida. Para tudo… desde a evolução de vacinação e medicamentos (porque há sempre novas estirpes para as mais variadas doenças), de dietas e hábitos alimentares, de tipos de indumentária, de formas de locomoção, de produtos de beleza, de estilos de ensino, etc. Há uma intolerância para com a vulnerabilidade, o que cria um desejo de segurança absurdo. Não há vida sem risco. Com ou sem livre-arbítrio.

      De resto, haja saúde ;)

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