segunda-feira, 11 de maio de 2020



Outlander - comecei a ver porque ouvi vários comentários que valia a pena. Não fora isso e a temática não me puxaria, viagens no tempo e séries de época não são a minha predileção. Claro que quando entra em cena este moço o interesse sobe seja qual for o contexto, e não costumo ser muito susceptível a estes moços bonitinhos, com um fisico que não fere os olhos ( e o dele vai muito para além disso... jazuzzz há ali qualquer coisa no conjunto que impressiona) e uma carinha de meio meninos ainda ( e este, da pesquisa que fiz, ao natural parece muito imberbe.. mas vá, acho que talvez  lhe perdoasse isso...). O certo é que realmente desde que comecei a ver, a partir do quinto ou  sexto episódio, tornou-se um tira-sono... era só mais um episódio... e de manhã o despertador não queria cá saber de coisas... mas deixou-me algumas vezes a pensar. O que me cativou (além do moço, pois) foram pequenos pormenores da relação deles. Não vale a pena tentar explicar, nem eu o farei, mas fez-me pensar... coisas simples, pequenos (grandes) pormenores que se reconhecem, que me fizeram pensar que, se por um lado há certas coisas que se vêem, ou lêem, e dizemos ah e tal, estas coisas só em livros ou filmes; por outro, quando as vivemos dizemos que são únicas, parece que nunca ninguém as viveu, ou sentiu, assim. No entanto, depois, quando somos confrontados com certas cenas sorrimos, porque se foram escritas alguém as sentiu assim, ou muito parecido... e afinal aquilo que chamamos único, parecerá único para toda a gente... ou seja, não só não é único, como  não é só de livros, ou filmes. A vantagem é que quando é escrito tem o fim que quem escreve quer, e talvez seja essa a razão de algumas pessoas escreverem, para lhes dar o fim que querem ou para expurgar o seu. 
Nesta série há muitos pormenores de cenas entre eles que me fizeram pensar isto, e sorrir algumas (muitas) vezes mesmo sem querer, outras consciente, pois se nada disto é único, haverá mais e até melhor. O sentido de humor partilhado, o brincarem em momentos estranhos a outros, a "taradice" entendida em conjunto como saudável, boa e nunca como ordinarice, os olhares que falam, as brincadeiras privadas, o vocabulário íntimo, as coisas que se dizem. Tanta coisa comum se calhar a tanta gente - sim, haverá mais quem veja as relações assim,  e a mim (re)lembra-me que existe, que é possível, e que se poderá viver, sem viagens no tempo e sempre a fugir de algo ou alguém.
Há coisas que podem ser, nem todas, mas algumas poderão ser, e podem ser muito boas, ainda que não o sejam sempre e a todo o tempo - mas não são só de livros, afinal, cada vez mais nos apercebemos que a realidade em tudo ultrapassa a ficção a seu tempo... a alguns essa realidade chega tarde demais, para outros nunca chegará. Uma coisa parece certa para quem a conhece, não a consegue desconhecer, mesmo que queira.... e depois há memorandos assim, na tela. E isso é bom. Há coisas que não mudam, e coisas que têm de mudar para que nos mantenhamos fieis ao que acreditamos, ou queremos.


 [Fiquei para sempre fã do sotaque escocês, e gostei da série, sim senhor, acabei agora o último episódio da quarta temporada. Acho que já há outra, mas ainda não está disponível... não fui muito a favor de oferecerem a assinatura da Netflix à minha filha... mas... :))) ]

2 comentários:

  1. Também sou fã da série. Comecei a ver, por acaso, quando isto de ter de ficar (mais) por casa começou a ser necessário.

    E concordo com muito do que disseste. e o mal é começar a ver. :) não fui de consumir de empreitada, mas gosto de ir vendo.

    Boa semana!

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    1. Pois eu também comecei assim, com o ir vendo, mas depois apetecia-me ver quase de empreitada :) por isso tens razão, o mal é começar a ver...

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