sábado, 16 de maio de 2020


Entre outras coisas, estes meus registos nesta plataforma, servem-me para anotar coisas que leio e que por alguma razão me ficaram ou fizeram pensar quando as li. Várias vezes acontece que para as recordar as pesquiso nestes diários, porque a memória é de galinha, e se ficam as ideias a forma invariavelmente dissipa-se no tempo. Tenho andado muito preguiçosa nestas lides, e hoje o tempo, e uma ideia que já não conseguia reproduzir-se na forma original, convidou-me a recuperar as últimas leituras. À conta do bendito curso online, para o qual afinal não tive o tempo esperado - alteraram-me o plano e a minha quarentena não chegou verdadeiramente a acontecer - li algumas coisas que a bendita preguiça impediu que ficassem registadas. 
Uma das coisas que dou por mim a pensar é que há obras que marcaram os tempos de alguma forma, e que a mim não me marcaram muito, pouco havendo para mim a registar, a não ser confrontar-me com a ignorância -  ou da sua existência, nalguns casos, ou com o contexto que as tornaram marcantes na história da literatura. 
Nunca tinha ouvido falar no Épico de Gilgamesh, o curso, fraquinho que possa ser, sempre reduz a minha vasta ignorância :)  Foi escrito em placas  de argila mais de dois milénios a.c. e a sua referência ao dilúvio foi a razão porque inicialmente lhe dedicaram tanta atenção, e terá sido a mais antiga  história escrita que chegou aos tempos de hoje. As histórias contavam-se, espalhavam-se e passavam os tempos sendo contadas, não escritas. Com deuses e mortais, como os tempos assim usavam, com características tão permeáveis entre entre eles, os deuses com defeitos tão humanos e alguns mortais considerados quase deuses e deles próximos.
O texto ficou para a história por muitas razões, para mim ficou principalmente uma passagem que aqui deixo (afinal foi para isso que me decidi a dobrar a preguiça...) para futuros regressos:


"Se teu coração está tomado de medo, joga fora esse medo; se há terror nele, joga fora esse terror. Toma o machado em tua mão e lança-te ao ataque. Aquele que abandona a luta não fica em paz." - quem abandona a luta, ao contrário do que poderia pensar não fica em paz, bem verdade.

Por agora já chega... daqui a bocado logo verei o nível de preguiça :))

2 comentários:

  1. Ó santa preguiça[risos], mas que não seja para pegar no machado, isso nunca.
    Bom resto de sábado, menina Olvido :)

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    1. :))) menina, se queres lenha rachada, é melhor que tenhas um machado...
      ...há muitas guerras, e muitas ferramentas, ou armas, e como muitas vezes ouvi, cada um usa as armas que tem - ainda que nem sempre tenha de as usar da pior maneira, nunca achei que valesse tudo para ganhar, mas isso sou eu, porque na minha cabeça, ganhar de certas maneiras é sair-se derrotado em si mesmo. A questão é que às vezes não lutar não significa paz. Às vezes significa sentires-te derrotado pelo medo, por não teres tentado... ou, outras vezes, pela preguiça ;)
      Boa noite, Perséfone

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