terça-feira, 26 de março de 2019


Depois de três semanas avariada, quase uma semana fechada num pavilhão a trabalhar para melhor acomodar o vírus, outra a tossi-lo como se não houvesse amanhã, depois, achar que estava melhor  e resolver ir trabalhar à tarde uns dias da semana passada, ficar muito pior e voltar a enclausurar-me, eis que parece que o vírus desistiu de mim, quatro dias após de clausura total parece que percebeu que não ia mais passear comigo e parece que se foi. A tosse quase que já foi. E é então que faço aqui este balanço, antes de ir à tarde para a labuta. Percebo que nestes dias só liguei a televisão já noite avançada e mesmo antes de resolver acobertar os ossos e dormir, o que é bom, dediquei-me a outras coisas, lembrou-me tempos antigos, onde não precisava de a ligar para não ouvir o cérebro, para não pensar muito, para deixar o tempo passar sem que me moesse. Passou e não me moeu, pelo contrário, acho que ficava bem mais uma semaninha em casa, mesmo enclausurada, bastava-me o sol na varanda, os livros, o computador e música ( que faltou nestes dias).
A doença (se for uma coisa de trazer por casa, assim ligeira, convenhamos, claro) só dá jeito para nos dar tempo se o conseguimos aproveitar, entre ataques de tosse ou afins, e eu consegui aproveitar. Nos dias que me fechei em casa acabei um livro; li poesia que tinha guardada e pesquisei mais, guardei, e adorei; por causa disso andei a passar os olhos por este blog desde os seus primórdios, comecei por procurar só poesia e acabei a ler-me sem etiqueta. Percebi que faltavam muitas etiquetas e etiquetei bastante. Perguntei-me até se faria sentido o trabalho, com as intenções e projectos que me andam a rondar as atitudes. Achei que fazia, fica tudo mais arrumado, mais fácil para eu procurar o que quiser. Surpreendi-me por gostar de me ler algumas coisas, algumas coisas parece que se safam ainda assim, e quando começo a ler, lembro-me de as escrever a todas (algumas sei até onde as escrevi e o que pensava e do que falavam atrás das letras), ainda que às vezes me custe a crer que fui eu que as escrevi, não sei onde as vou buscar, assim palavras acabadas - aparecem-me, é o que é, e é um fenómeno estranho, como se se escrevessem sozinhas e eu fosse só a mão. Comecei outro livro, escolhi-o por causa duma entrevista que li, e que fez saltar da calha dos livros por ler para o agora, um que lá tinha da Agustina. Fiz uma pequena lista de livros que quero, encomendei um por impulso, por ser um livro antigo e com história, que me apareceu no feed dum livreiro amigo, que devo receber hoje. O que eu não fiz foi escrever. Estou mesmo sem vontade, tenho já dois livros lidos (acabei o Fio da Navalha e gostei, bastante até, mas continuo a achar o Servidão Humana melhor), com páginas marcadas à espera que pegue neles e registe aqui ou noutro lado essas passagens, mas não me apetece, apetece-me ler e pensar baixinho, às vezes até conversar, mas ando com os dedos preguiçosos de me pescar fundo as letras para deixar escrito alguma coisa que me saia de dentro. Se calhar não me quero remexer no fundo, onde o depósito dorme e está assente. Se calhar estou numa de aforro, guardo tudo. Ou ando só preguiçosa e invento desculpas. É capaz de ser isso.
Hoje a deambular por aí deparei-me com esta nova versão do Ironic, que sempre gostei muito, e agora teve um upgrade ;)) até a ironia da vida tem novas versões... mas está giro e deu para rir, deixo-vos aqui.

Bom dia! 

2 comentários:

  1. Estamos todos predestinados a sermos trocados por versões melhores de nós mesmos...

    Bom dia, Vi:)

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    1. ... oh Legionário a gargalhada que eu dei agora :DD
      Olha que não,esta versão por exemplo, eu prefiro a antiga. ;))
      As pessoas nem sempre vão melhorando, às vezes (muitas) vão piorando (ou vão-se mostrando melhor, não sei), vamos sendo substituídos pelas versões mais recentes, isso talvez, mas não necessariamente melhores...

      Boa tarde, Legionário :)

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