sábado, 29 de setembro de 2018

[foto @langlent]

A única solidão mal resolvida é a solidão acompanhada, de alguém ou de uma ausência. Não sei qual é a pior, mas sei qual seria a minha escolha. 
Tudo o resto, eu diria que é estar sozinho sem estar só, ou estar com alguém como se está sozinho, perfeitamente. Talvez se possa chamar a isso solidão bem resolvida, ainda que não lhe chamasse solidão. 
Estarmos sozinhos ou sentirmo-nos sozinhos, sós, não é, para mim, o mesmo. Como se a solidão precisasse dum sentimento de falta, até de nós mesmos, uma qualquer parte de nós que alguém traz na algibeira da alma sem saber e sem cuidado.

6 comentários:

  1. "Sim, minha força está na solidão. Não tenho medo nem de chuvas tempestivas nem das grandes ventanias soltas, pois eu também sou o escuro da noite." Clarice Lispector
    Amei o post ;)

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    1. Obrigada :)
      Eu também cada vez mais encontro forças no estar sozinha.
      Às vezes é mesmo uma necessidade.

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  2. A solidão também é necessária. A grande solidão interior. Ir dentro de nós e não encontrar ninguém durante horas, é a isso que é preciso chegar.

    Bom fim de semana, Vi:)

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    1. Ir dentro de nós e não encontrar ninguém??? Eheheh eu não, quando me viro para dentro de mim encontro alguém ;)))felizmente, quem não encontra é quem não suporta estar sozinho, nem de si gosta da companhia, ou consigo está bem... não me acontece. Gostava muito de poder ser diferente do que sou, acho que seria muito mais feliz, mas gosto muito de muita coisa em mim, provavelmente as mesmas que me fazem sofrer mais, e paradoxalmente, as que mudaria se pudesse em nome dessa felicidade mais fácil...
      Bom fim de semana , Legionário:)

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  3. A querida olvido, um dia, ainda me vai contar a história que fundamenta essa sua tese aristotélica da alma com dois corpos?
    Um dia. Não precisa ser já. :)

    Aceita um abraço?

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    1. Caríssimo Sr Impontual, suponho que a história é a vida, ou as vidas, que vamos percebendo na vida. Fica para um dia, então, mas já hoje talvez possa adiantar que não acho que seja uma alma em dois corpos, mas duas almas em dois corpos, que por guardarem um bocadinho de cada uma no outro - aquela partezinha extra que o extraordinário comporta - só se sentem plenos juntos (há aqui um problema logístico de combinações de pares, como pode imaginar...). É esquisita a minha tese, sempre inacabada.
      E sim, aceito um abraço, com certeza, Sr Impontual :)

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