terça-feira, 31 de julho de 2018



... achei que ficavam bem juntas. Que se complementam, que trazem à tona o melhor uma da outra, que se completam, assim como se diz dum grande amor. E acredito nas duas, não, na verdade acredito alguma coisa na primeira, não exactamente naqueles termos, já da segunda tenho a certeza.
... tudo acontece por uma razão, no meu caso deve ser sempre pela razão errada, na altura errada.

Bom dia!

domingo, 29 de julho de 2018


[foto @annan.jasko]
Há pessoas que têm gula de vida, mas depois, na mesa servido apenas uma mistela de água com farinha, sem sal. Há quem escolha fazer disso vida, chamá-lo de vida, há até quem o coma e faça parecer que se banqueteia com gosto, e há quem se levante da mesa porque não consegue conceber uma vida passada com fome de gula e dias mal alimentados. Alguns morrem à fome, outros comem o prato sem sal que lhe derem a cada dia, e outros, os afortunados, ou os muito doidos, ou os estúpidos, às vezes conseguem satisfazer a gula e sentirem-se vivos. Às vezes isso dura a vida inteira. Outras não.
Bem sei que a gula é pecado, chamem-me pecaminosa, já mo chamaram muitas vezes... e eu nunca desgostei. E a minha gula, quando aparece, com pouco, mas sempre bom, com o que me é essência, se apazigua, ainda que não se sacie. Espero que assim continue.

Bom dia.

sábado, 28 de julho de 2018

You are what you keep no matter what and everything you try to let go.
[foto @stephtee]

Sabem por que é que a lua corou hoje? Acho que foi porque ouviu tudo o que eu queria que me sussurrassem ao ouvido, com os lábios quentes a roçarem-me a orelha... Corou. De tão púdica se calhar, será? E eu escondi-me na sombra da noite, longe do eclipse, para não me lembrar dos sussurros silenciados, espelhados na melancolia do eclipse.  Eclipse lunar do século. Mas não, ainda neste século a lua vai ser a única testemunha do que me segredarão ao ouvido. E não vamos corar, nem esconder-nos. Vamos viver e saborear lentamente o momento. Ninguém vai saber, só nós...Shhhh

sexta-feira, 27 de julho de 2018

[foto @_georgemayer]

Que todo o tempo já perdido não seja desculpa
para apelidar de tarde o medo dum futuro que ainda não se perdeu.
Que tudo o que perdi de mim por o ter entregue sem o guardarem, sem o quererem, 
não esgote em mim o dar-me, o querer, o crer.
Que a vida não me roube o que sou para me tornar no que nunca fui.
Que a desilusão não assente arraiais com raízes ávidas.
Que a luz passe pelas portas que fechámos.

quarta-feira, 25 de julho de 2018

Vamos começar o dia ao contrário, a acabar na ronha com que não começou. 
Vamos começar o dia quando estiver a acabar. 
Vamos trocar a cama pela varanda, os lençóis que fogem da pele pela luz que a inunda.
Vamos aproveitar o pôr-do-sol, como se o dia só nascesse quando as nossas pernas se entrelaçam e não sabemos onde a pele de um termina e a alma do outro começa, 
de tudo tão estar tão cosido em nós. 
Nós que não amarram, mas que desapertam o dia assim que nos estamos. 
Em nós.
Vamos fazer do fim de dia o amanhecer 
do nosso dia, de noite. 
De nós.

[será ingenuidade ou estupidez da mais pura querer, às vezes, continuar a acreditar que pode haver amores que arrasam utopias e tornam-nas possíveis, palpáveis? Se calhar, há acreditares que são só teimosias, recusas da realidade tão morna que nos esfria.]


terça-feira, 24 de julho de 2018

[foto @gabrielerigon]

Ensombra-me. 
Assombra-me.
Atreve-te.
Tento-te.
Tenta.
Consegue-me.
Faz-nos.

segunda-feira, 23 de julho de 2018

Bahhhh....
Não é verdade, mas se calhar deveria ser, porque realmente a motivação não se avista e não faço ideia de onde pára, ou o que lhe aconteceu... o mais certo é ter falecido, ou talvez desfalecido, pelo menos...

domingo, 22 de julho de 2018

E com o marulhar como fundo, um peixe ao sal com o pôr-do-sol... 
mar nos olhos e na mesa. 
Do melhor para retemperar forças, e temperar a vida, a esperança.
Cool Sun-day ;))

(Por que será que em inglês os domingos são sempre dias de sol? 
Terão algum acordo com S.Pedro?)
Bom dia!
Olha-se o negro do céu... e a alturas tantas, parece ver-se uma estrela cair num instante tão rápido que se duvida se foi realmente a queda duma estrela, um ponto de luz que desaparece num pequeno clarão que logo devolve a escuridão imensa do céu. E fico a perguntar-me que desejo faria por aquela estrela cadente... e, de repente, não respondo, não sei responder. Fico-me a vaguear pelos pensamentos do que poderá isso dizer-me, querer dizer-me. Não ter a certeza instantânea do desejo a que teria direito. Talvez não fosse uma estrela cadente. Ou talvez o desejar me tenha caído na escuridão.

sábado, 21 de julho de 2018

sexta-feira, 20 de julho de 2018

Dos pares que ficaram para a história 
com uma história gira. 

Bom dia!

quinta-feira, 19 de julho de 2018

[foto via @33thirdmedia]

É mais ou menos isto, mas sem a noitada de borga... a sensação de ressaca é a mesma, a dor de cabeça tal e qual, só a boca não me sabe a papiro... 
Dizem-me que hoje é quinta e eu ando desde sexta, todos os dias, a achar que é sexta, que amanhã é dia de ronha de manhã, de sono de rédea solta... mas nunca mais é sábado. Desde sexta passada que espero o sábado e não há quem lhe saiba o paradeiro...
...ahhh antes fosse ressaca duma noitada para ficar para a história... 

Bom dia!

quinta-feira, 12 de julho de 2018

Talvez queira dizer que há criaturas que simplesmente não dão e não estão para fantochadas... há coisas que não trocam, fingem ou condescendem (detesto esta palavra...), independentemente do lugar que ocupam ou que gostariam de ocupar. Raramente chegam longe, parece-me, mas onde chegam, chegam inteiros do que são, mesmo que o caminho os tenha  quebrado vezes sem conta.

quarta-feira, 11 de julho de 2018



... and I’m absolutely sure mine does. A lot.


[imagem via @rebelcircus]

Uivemos.
Não, não vamos esperar pela lua cheia.
Ilumina-nos cada  luar que a janela, de braços abertos, roubou ao céu, noite após noite - um infinito a cada finito.
O luar que a minha pele agora reclama é luz de alma que não se apouca, não foge e não me abandona, agiganta-se para me fazer mundo entre os seus braços, aninha-se fazendo-se ninho, toma-me como o mais pequeno raio de luz quebra toda a escuridão. 
Cada lobo sabe o que a lua lhe sussurra e lhe desperta.
Cada noite é diferente e a lua sempre a mesma, mas a janela fechou os braços. Eu não deixei de querer o mundo.
Uivo-te-me.

terça-feira, 10 de julho de 2018

Gente desta estirpe, não se acanhe, chegue-se à frente...
 estou precisada dum “reboot”. 
...se bem que hoje acho que passava o dia a dormir... 
Mas podemos marcar para amanhã...

segunda-feira, 9 de julho de 2018


[foto @evapictory]

O meu olhar só vê a superfície do que não conhece, se conhecer, atravessa a superfície como se não existisse, se não a visse - só olha o que vê por dentro. Só vê como conhece. Ou como se conhecesse. Muitas vezes não vê a diferença. Às vezes há.

[foto hier_ist_oben]

Se tens um balão que não combina com o lugar onde estás, muda de casa, muda de sala, pinta as paredes. Nao largues o balão se ele te alonga os braços para lá de onde não chegas, mas queres. Não largues o balão se o que te faz agarrá-lo é guardares lá muitos sorrisos, futuros ou só imaginados. Não largues o balão se não te agarras a ele por medo, por medo de vários medos. Não largues o balão se com ele há uma parte de ti se eleva, voa e brinca de ter asas. Não largues o balão se às vezes ele te lembra o que gostarias de ser... Muda de sala, pinta as paredes, rasga janelas em portas, arranca céus dos telhados, mas não te amputes do que queres, do que gostarias, do que te faz - de ti mesmo. Não te amputes das cores que sentes só porque te pintam em tons de cinza e te servem o mundo inteiro a preto e branco - e sentes que estás fora do lugar, sem lugar. Procura o teu sítio, e de lá faz mundo com lugar para tudo o que o teu balão leva.

[ os sítios onde uma fotografia nos leva... e a coincidência destas cores hoje serem as minhas. Só não trago o balão (que se veja...)]

domingo, 8 de julho de 2018

[foto @cam_myy]
Dos domingos... vamos comê-lo pétala a pétala, deixando o sol no meio para nos cheirar a tempo lento e a cor que a pele pede. Vamos pegar num livro, sentar numa esplanada, filtrar o mundo pelos óculos de sol e encerrá-lo para as nossas obras - brincar de observar e imaginar. Imaginar do que observamos e observar o que imaginamos. Pouco dirá mais de nós. Se ao menos alguém ouvisse.
Dos domingos... dos domingos que temos de florir. 

quinta-feira, 5 de julho de 2018

Das pequenas grandes diferenças que mudam tudo. Precisar e querer - poucos parecem perceber esta nuance, que transforma a criatura à vossa frente, mas, parece-me, que raro aos vossos olhos. Precisam muito que precisem, como se querer fosse um capricho e isso fosse mau, fosse menor. Como se sentirem-se um bem de primeira necessidade fosse uma qualquer cláusula de seguro de vida contraído. Como se tudo o que não é necessário e utilitários não fossem  as únicas coisas a tocarem-nos, a fazerem-nos felizes. A fazerem a vida fazer sentido.
Sempre ficaram magoados comigo por eu dizer que não precisava deles, mas que os queria para ser mais feliz. Preferem quem se descabela a dizer que não consegue viver sem eles, que precisa deles para viver... eu a essas criaturas chamo mulherzinhas e miúdos. 
Falta-me ainda ser realmente feliz sozinha, sem me faltar algo que vou procurando nos cantos dos dias sem encontrar... mas às vezes há um por-do-Sol com cores que se esqueceram de inventar, ou uma gargalhada que não se chega a pensar, ou um gesto tão bonito que nos imobiliza, uma frase num livro como um raio de luz que adoça a pele, ou um sorriso que chama pela alma para lhe lembrar que é possível.

Bom dia

quarta-feira, 4 de julho de 2018

Não. 
É mesmo porque tem de ser, uma pessoa tem de trabalhar... 
bahhh mas estou com uma neura... o primeiro dia só mesmo arrancado a ferros, irra!

segunda-feira, 2 de julho de 2018



Lugar é um espaço ocupado ou por ocupar, 
é um conjunto de coordenadas de possíveis  geografias.
É definido, pode ser temporário ou definitivo.

Não-lugar é sítio de alguém, é pertença que não se ocupa ou desocupa,
é a nossa geografia inerente, dentro e fora de nós.
É onde nos guardam, onde estamos sem estar.
É onde guardamos quem está sempre.

Lugar comum pode ser tudo e nada, 
é onde estão todos,
e tantas vezes não se encontra ninguém.

[esta estalagem tem alguma coisa que combina comigo,
gosto da vastidão do olhar, do reduzido ruído para os olhos.]

domingo, 1 de julho de 2018



Passo a língua pelos lábios,
o Atlântico aqui é mais salgado
Lambo o sal da pele
e engulo lágrimas antigas,
como uma prece 
a um deus só meu.
Como se os dias de sol 
fossem em sal embalsamados,
guardo o sal de ti
debaixo da língua,
do lado quente do sangue,
como se não soubesse
ao que sabe o destino,
mesmo à minha frente,
e não sendo doce,
falta-lhe o teu sal.
Mas o oceano é grande
e delicioso o sal
onde a pele
o queira lamber.