sexta-feira, 5 de novembro de 2021

 É assim tão difícil amar? O que será preciso? Ter filhos, irmãos, pais, ser? Um coração maior onde caiba mais, onde caiba tudo? Ou um mais pequeno onde só caiba o que é tudo? Amar é ter um horizonte além do próprio umbigo? Ou encontrar o nosso umbigo em cada horizonte? É ver realmente o outro, ou olhá-lo e vermo-nos, voltarmos a nós? É conhecer o outro, ou reconhecermo-nos? É gostarmos do outro em nós, ou de nós no outro? É sentir felicidade por fazermos alguém feliz, ou por nos estar agradecido? E para amar, será bastante apenas existir, respirar? Ter nascido? Será que todos somos capazes de amar? Ou é preciso ter sido acarinhado protegido e amado? Ou temos de acreditar, acreditar na humanidade, no bem, no outro? Será que é coisa que morre com quem sabe amar? ou morre antes de morrermos? Será que se perde, que nos roubam, que nos podem matar essa capacidade, quando nos amputam dos sonhos em troca desilusões? O que é um sonho, senão o acreditar na possibilidade de algo que nos faria feliz? Amar é acreditar? Mas acreditar não é já assumir que não há razão, ou saberíamos ao invés de acreditar? Então Amar é ter fé? Em quê? Em quem? 


E não, não perguntem porque só me pergunto, não sabem que toda a resposta é apenas uma pergunta adormecida?

2 comentários:

  1. :) Vi, sabes o que li?
    Li que sabes amar. Que sabes ser amada. Que sabes ser feliz. Que sabes ser. Que és feliz, mesmo que não o saibas. Que a felicidade habita em ti. Que acreditas, mas duvidas.
    E isso chamar-se viver. E estar viva é bom!
    Um dia vamos beber um chá à beira rio e pôr estas conversas todas em dia... Ou não falar de nada e apenas estar ali...
    Combinado?

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    1. Combinado!!.. e acho que até partilhamos o mesmo rio ;))

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