" (...) Mas para mim, à altura da tua morte nada releva mais quando olhas para trás do que saber da qualidade da tua intimidade com quem amaste. Conseguiste criar, desenvolver, manter, cultivar, acarinhar e aproveitar o máximo de momentos da tua intimidade com quem amaste, ou não? Deitaste-te e acordaste com quem gostavas? Tentaste chegar a uma pessoa improvável (para os outros) mas que dentro de ti sabias que tinhas que tentar?"
Roubado ao (romântico do) Bom Sacana
"Foder é essencial mas dormir com quem se gosta é decisivo, sem isso não há felicidade. Claro que para lá chegar é preciso introduzir um conjunto de variáveis na nossa vida - como sorte, experiências anteriores, estarmos nós próprios preparados para fazer alguém feliz (e vice-versa), paciência, persistência, todas essas cartadas incertas - mas dá para ser feliz nesta vida com mais alguém, não acreditem no contrário. Apenas não esperem Walt Disney. Um amor sacana é muito melhor aposta, docemente viciado por conspirações, desencontros, sentido de humor negro e corrosivo, bitch para aqui e para ali, mas em todas as circunstâncias um amor muito pegajoso, solidário, trancadas contra as paredes, broches de fazer esquecer o ano em que se está, ou pelo menos boa companhia, com arte e gosto, e sinceridade. Mais vale ser verdadeiro do que perfeito."
Talvez, realmente o que levamos sejam as memórias de intimidade, os amores sacanas, todos os momentos onde fomos verdadeiros - e isso se tornou perfeito, porque assumir que se gosta do que é imperfeito, sabendo-o imperfeito mas onde nos sentimos bem, é talvez a melhor versão do que pode ser perfeito para nós - onde fomos mais transparentes, onde nos entregámos mais indefesos mas confiantes que não nos magoaríamos ( e nem sempre assim é), quem e como amámos, quem e com que vontade os encostámos à parede, com quem rimos cheios de cumplicidade e como nos sentimos amados. Sim , isso deve ser o que fica, o que permanece tudo o resto o peso do tempo esmaga. E ainda bem.
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