sexta-feira, 24 de março de 2023




 E é o que faço. E olho e leio, espera. Aquele está à espera e eu também. Não sei bem de quê. Que passe o tempo e que não passe nada. Que não se passe nada. Que o liguem e o façam dizer coisas, que lhe dêem vida através de outros, que o tirem de espera. Que me tirem daqui, que me façam esquecer. Não, esquecer não, ultrapassar, saber lidar, resolver, arrumar por dentro e fechar por fora. Qualquer coisa. Esperar não ter de voltar a olhar para monitores e ouvir apitos das máquinas à volta. Não ver batas à frente nem guardar o cansaço de alguém sem poder descansa-los. E sem isso me descansar. Espero. Mas não sei o quê, não é esperar de esperança. É de matar tempo matando-nos.

2 comentários:

  1. Respostas
    1. É a vida a acontecer-me das piores maneiras, por um lado ou por outro, os hospitais não me largam, as horas a fio de espera com o coração nas mãos também não... há-de melhorar.
      Beijo, Legionário

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