quarta-feira, 8 de dezembro de 2021

Nestes feriados a miúda tem a explicação de manhã e então tenho de a levar. Vi uma esplanada com sol no caminho, e onde paro as vezes, e achei que era um bom sítio para tomar um café e ler um tico… coisa que eu fazia tantas vezes há algum tempo atrás e que agora parece pré-histórico, mas é só pré-pandemia. E podia te-lo feito mais, mas mudamos de hábitos, substituímos por outros, esquecemos, talvez. Mas há hábitos que são mais que isso, mais que mecanismos quase automáticos, há hábitos que são rotinas procuradas, como rituais. Isto acontece quando se gosta, quando o que nos leva à repetição não é o mero hábito, mas o prazer, o gosto, a consciência dele. Essa, que tantas vezes tanta gente perde e depois dizem… é preciso perdermos para darmos valor. Aquele clichê que tem muita verdade. O perder faz ganhar a consciência desse gostar, desse querer. Mas nem sempre é precisa a perda, nem devia. Eu hoje já saí de casa com o livro, só pensei que a esplanada seria outra, mas calhou esta. O ritual, o prazer, é este bocadinho comigo, para ler, para escrever sobre nada, para tomar um café e jogar pensamentos fora.

[Ooops… I did it again :))) ]

6 comentários:

  1. Eu cá gosto das pernas e das botas :D
    O livro também me parece muito bem e o sol melhor ainda!
    Nos últimos tempos, voltei a ler. Um hábito que me dava tanto prazer e que tinha ficado para trás.
    :)
    Boa quinta Olvido

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  2. Ler, como escrever, faz-me pensar e requer tempo para mim, duas coisas complicadas nos dias que me correm, a primeira porque há dias em que tenho a certeza que o evito, a segunda porque não tenho mesmo conseguido ter. Mas é das coisas que dá realmente prazer fazer, se for com o nariz de fora, numa esplanada com alguma fauna para observação despreocupada, é um café a abrir as hostilidades, melhor :)) mas também ando a ler pouco, e a exercitar menos que devia este meu pequeno ritual de fim‑de‑semana, ou dia sem trabalho, vá… tenho de arranjar o tempo e o espaço mental, porque sinto falta :)
    Quanto as botas [ a minha última frase, tu percebeste-me ;)) ] andam com vontade de caminhar pelo meu pé, e eu voltei a fazer-lhes a vontade :))
    Bom dia para ti ;)

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  3. Escrever numa esplanada ou num local com barulho , dá inspiração, faz-te pensar... Curiosamente eu, nos confinamentos e afins, diminui quase 90% dos post no meu blog. Erro crasso mas quando não sai, não adianta forçar. Em Setembro chegava a postar 3 x ao dia, agora vou mantendo como tenho sido há mais de 10 anos... Mas é uma necessidade,entendo-te. deixo-te um beijo

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    1. Também já escrevi muito mais, mais vezes, várias por dia. Acho que era uma pessoa diferente na altura, as vezes quando releio coisas da altura, acho que não, que sou exactamente a mesma, mas a vida mudou muito. E a escrita agora rareia, ja não tenho muito para dizer, e dá-me preguiça de escrever, porque a intensidade de tudo está como que embaçada. A névoa entaramelada parece que ainda não deixa ver a vivacidade das cores que dantes me forçavam a escrever, como se não coubesse em mim, e só saíssem em palavras escritas tantas vezes de rajada. Sinto saudades de mim, dessa que fui e ainda sendo, já não tenho como ser. Então não escrevo, ou não escrevo nada que se leia, escrevo no pensamento muitas vezes por dia, quando o tempo se atrapalha nos ponteiros e eu fico como que suspensa num mundo onde só eu entro e habito. Fizeste-me lembrar muita coisa agora. :)
      Deixo-te outro :)

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    2. Percebo as motivações inexistentes, às vezes escrevo agressivamente , é como estou , é como sai. Mas percebo-te tão bem...

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    3. Agressiva, as vezes também talvez, mas muitas vezes só incapaz de conter a intensidade… e as palavras sucederem-se como que sob pressão… já não tenho disso, já não sinto isso assim. Há dias que agradeço, outras lamento.

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