terça-feira, 16 de agosto de 2016


Última noite, última meia garrafa. Quatro noites, duas garrafas, bebidas aos poucos entre pensamentos, cigarras e a lua. Sem horas mas com o meu tempo. Como agora, acabada de jantar quase à meia noite. Não sei o que me reserva o futuro mas estou cada vez melhor sozinha. Se algum dia encontrar alguém terá que ser alguém com quem eu possa estar sozinha ainda que a dois, assim, sem horários sem stresses. Estar como se estivesse sozinha sem estar, alguém que saiba estar sozinho comigo, sem me alterar os ritmos, sem me impor um compasso que me faça ansiar, que me faça exigir de mim comportamentos para eu evitar sentir que ele não está bem. Porque senão não fico bem, não estou solta, à vontade, eu. Que entenda, que goste do tempo sem horas, que saiba estar aqui sentado nos degraus do alpendre a ouvir a brisa a mexer as folhas, as cigarras a cantar o luar brilhante e uma vela a arder que dança à superfície dos corpos. Só isto. E um copo de vinho, ou os que forem, e beijos bebidos à sede do momento, a cada momento, no silêncio que não perturba, antes embala uma paz tranquila. Quase sábia. É tão bom estar à vontade das vontades.

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