sábado, 20 de fevereiro de 2016

Um cigarro na mão e a chuva a cair a uns metros, a molhar a varanda que serve de bateria aos pingos que caem tortos do céu. Gosto de ver chover, sempre gostei, da vontade de ninho e de aninhar num sítio quente, onde nos sentimos protegidos do frio molhado que invade o ar. Aninho-me em mim, aqui sentada, embrulho-me em mim e na manta de cor quente. Penso que gostava de ter a memória dela, que não pensa que não sente. Como escrevi há dias, quando será que as minhas memórias vão deixar de sentir? Quando? Quando é que eu serei só uma manta que aquece e não lembra o que já aqueceu?

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