Um café para espantar o sono.
Uma mesa que me traz passados bons.
Uma noite que apetecia não acabar.
Uma vontade imensa de fugir para dentro daqueles braços e outra imensa de me esquecer que eles existem, que existiram, e que parecem a casa onde sempre quis morar.
Que saudades. Que vontade de estar, de apertar, de ser. E de nunca ter estado, nunca ter apertado, nunca ter sido. Nunca ter sabido.
Já dizia Kundera que cada segundo tem o peso da eternidade. Não se repete mas fica. É verdade, tenho tantas eternidades que não batem asas de mim, não me largam, não as esqueço, e pesam-me como pesa o passado da felicidade.
Acabou o café. As eternidades desta mesa não. Vejo-a todos os dias. Já o futuro escapa-me a cada segundo. Por paradoxal que seja, só o passado é eterno.
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