Paro o carro e procuro no silêncio as palavras que perdi pelos dias. As que não disse, as que me roubaram momentos e me reduziram o silêncio a uma densidade admissível. Tenho agora poucos momentos que dêem tempo para as palavras me aconchegarem, procuro-os pouco e talvez procure não os procurar, não os precisar. Mas depois, depois penso onde fico eu no meio destes dias assim, onde não tenho tempo para me falar, para navegar a densidade dos silêncios onde repousa a nossa essência. Os dias são paradoxalmente demasiado leves por rasparem apenas a superfície, e demasiado carregados de trabalho que não deixa os pensamentos respirarem fundo, como se além do fazer não houvesse mais horizonte. E agora, aqui sentada, acho que tento recuperar os horizontes, e o silêncio que alimenta essências.
"e o silêncio que alimenta essências.", e podes crer Vi, que isso faz muito bem ao corpo;)
ResponderEliminarSe faz... não há corpo que se aguente sem alma, sem essência... (existem, mas irra, não se aguentam...)
EliminarTer tempo para mergulhar em nós sempre me pareceu essencial e terapêutico. usar as palavras para conseguir caminhar a cada dia que passa.
ResponderEliminarUm beijo Olvido
Têm-me faltado as palavras, a vontade de ter tempo para elas também, mas o essencial não se perde, até quando se quer muito perdê-lo... o que se pode perder não é essencial, prova-se não ser.
ResponderEliminarBeijo, JI