sábado, 9 de abril de 2022


 Este ano ainda não tinha tirado a foto da praxe. Vergonha, talvez. O ano passado só aviámos 9 livros, sendo que o do Afonso Cruz nem conta bem, de tão levezinho que é. Acabei o Quarteto da Alexandria, e gostei, gostei do MST, a sério que gostei e aprendi umas coisas... ainda que seja um formato diferente, mas deu-me uma fome imensa de fazer o que fez e descreve ao principio, ir para uma vila de pescadores no fim do mundo deixar que a paisagem que vê lhe ponha as palavras por ordem de escrita. Fiquei com uma vontade imensa duma licença sabática dessas, para mim, para as palavras, para as paisagens. Uma especie de retiro alentejano dos meus, mas prolongado e afastado - ainda mais. O Julio Machado Vaz é já quase um hábito, gosto de o o ouvir e de o ler, aprendo sempre. Há frases daquele livro que muita gente devia ler, muita gente devia reflectir. A louca da casa foi uma surpresa ao reconhecer muito do que se diz ali, por as vezes parecer que há ali coisas e sensações que conheço bem. As frases que acordam connosco e não nos largam, palavras com que sonhamos e a que nos agarramos para não esquecer não sabemos o quê... gostei do livro. O livro seguinte, do sentido da dor, li porque me recomendaram, não me fez pensar, não consegui ver o que acho que deviam querer que eu visse. Não é por a dor ter um sentido que faz mais sentido senti-la, não consigo ver ou sentir isso assim. O Perez-Reverte, autor do livro que mais recomendo e o livro com a personagem feminina que mais me marcou, não me impressionou com os seus cães assassinos de profissão. Lê-se bem, está certo, mas não há muito mais ali que dizer além dumas ilações básicas de como o instinto de sobrevivência é rei e senhor de todas as criaturas. As desoras do Cortazar, como em muitas coisas do Cortazar, umas são geniais outras parecem mas ficam longe... não poderei dizer muito mais deste livr porque já não me lembro... e isso quererá dizer alguma coisa, né?
Este ano acho que ainda não acabei nenhum, e já vamos em Abril. Ando miseravelmente a mastigar o Kundera que li na minha adolescência e agora parece empastelar-se nos dias, e eu, sem vontade de coisa nenhuma, vou-o deixando empastelar e ganhar pó. Não pode ser, eu sei, mas algo me anda a faltar, e sono ando a ter de sobra. Não sei se o vírus afinal não era do sono... hoje dormi mais de doze horas. Fora de brincadeiras, há anos que não dormia tanto. Qualquer dia pareço um bebé :))
Hoje já tenho carta de alforria... e está sol, pasme-se. ;)

4 comentários:

  1. Respostas
    1. Li o Erro de Descartes... não me lembro se o li todo. Era miúda e havia-o lá em casa e falaram muito do livro e suscitou-me curiosidade, mas já nem me lembro muito bem.
      Aconselhas? Qual?

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    2. é o meu favorito mas erro de descartes não , "Sentimento de si" ou "A estranha ordem das coisas" , aconselho... Beijos

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    3. :) vou ver se arranjo...
      beijo

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