Não te chamo para te conhecer
Eu quero abrir os braços e sentir-te
Como a vela de um barco sente o vento
Não te chamo para te conhecer
Conheço tudo à força de não ser
Peço-te que venhas e me dês
Um pouco de ti mesmo onde eu habite
Sophia de Mello Breyner Andresen
[tens algum sítio em ti onde eu habite?
Onde tenha lugar?
Onde seja o meu sítio de ti?
Tens?
Sabes se tens?
E visita-lo? Vê-lo?
Asfixia-lo na sombra dos dias
ou guardá-lo na gaveta da vida por respirar?
Ou das memórias por sentir?
Tu não me habitas
Como as paredes, o tecto
o chão e o telhado, não habitam casas
Não tenho um sítio que habites em mim,
o meu lugar és tu,
onde estiver, tu és.
Onde eu for, tu estás.
Há um olhar teu
Em cada pensamento meu.
O mundo são só janelas.]
(Saiu-me agora, quando me cruzei com este poema...há que tempos não escrevia assim...)
(Há que tempos não lia uma coisa assim!
ResponderEliminarHá que tempos não me tocava uma coisa assim!wow!)
Olá querida Vi,estou muito grata pelo feliz acaso de conhecer um pouco de ti via net. E
Mais grata ainda pelo privilégio de poder aceder ao teu blog privado. Adorei o texto... devo confessar que fiquei de queixo caído e assim um pouco aparvalhada :) acho que tás a ver a cena ehehe:))
Beijinhos!!!! Muitos!
Nanda
Olá querida Nanda, és verdadeiramente uma querida... e assim ainda me deixas convencida que as vezes escrevo coisas que, boas ou más, podem tocar quem as lê, sentir um pouco do muito que às vezes ainda sinto. Mas fiquei surpreendida, saiu-me assim quase sem dar conta, e há muito que não me acontecia isso. De certa forma fiquei contente, como se ainda seja capaz de sentir e traduzir um pouco disso em palavras. Nada que se compare com os poemas que gosto de ler, de gente genial, grande, tremenda, mas ao meu jeito são os meus sentires - saber que ainda respiram é bom...
ResponderEliminarBeijinhos, Nanda :)