Encontrei esta conta com frases lindas. Fiquei a ver não sei quanto tempo, guardei umas tantas... Mas esta, esta eu gostava que fosse possível, que fosse possível alguém ler e poder achar que eu podia ter alguma coisa destas, e sentir principalmente a última. Acho que é o amor que faz isso, não especialmente a última, há muitas coisas por que as pessoas podem nunca ser esquecidas, mas todas as outras é o amor que faz, que desenha, que brinca com a realidade às vezes... ver isto em alguém depende de ver com amor, fechar os olhos e ver assim a pessoa que gostamos. Só a vemos assim porque gostamos, porque é o amor a ver, não os olhos, não a cabeça, mas o amor que lhe temos e o que nos faz sentir. Cada uma destas frases eu senti tantas vezes a pensar naquela criatura, a maneira como falava com as pessoas, aquele sorriso malandro com que toda a gente simpatiza, que muda o ambiente, o contexto, muda tudo, a mim derretia-me, e o riso... o que eu adorava ouvi-lo rir, curava-me de qualquer coisa, qualquer mal virava sorriso, e eu virava-me do avesso se preciso fosse para o fazer rir, principalmente se não estivesse para aí virado, com o sorriso trancado nalgum recanto escuro de si mesmo, nalgum recanto frio da vida. O sítio onde tinha de chegar para o arrancar. E sim, quando entrou na minha vida, quando me apertou o pescoço e me roubou um beijo que eu entreguei colado à alma, mudou tudo. Tudo. E é disso que tenho medo, que aquela última frase seja eterna. Muito medo. Porque não há nada a fazer. Não há nada que eu possa fazer, senão deixar os dias ganhar pó, amarelecerem, ir tentando matá-los aos poucos na medida que eu conseguir... Mas acredito que há pessoas que nos ficam dentro, coladas aos ossos. Mesmo que com a vontade de as fazer desaparecer as reduzamos a pedaços, como memórias partidas, essas agarram-se aos ossos e não largam, passam a fazer parte, deixamos de conseguir separar o osso da vida que viveu e que o partiu para sempre. Há fracturas que ficarão sempre, mesmo que o esqueleto continue a mexer, a viver, a ser. Já não é o que era antes e já não será o que poderia ter sido, coberto com uma camada protectora de vida, de sorrisos, de amor. Foi-se tudo ficou o esqueleto de ossos partidos.