quarta-feira, 24 de maio de 2017


Pequeno almoço na varanda, começar o dia assim, a sentir a brisa nas árvores e na pele. Regar as plantas, pensar no dia que se avizinha. Reunião importante, potencial cliente, cadeia de hotéis espanhola com nome curioso... dou por mim a pensar o que vestir e que os homens não têm esse problema. Não gosto de ver mulheres que em trabalho quase parecem homens, no trato e na aparência, mas abomino a ideia de usar a condição de mulher em vez de profissional ( e acerca deste assunto muito poderia ser dito acerca de quem usa quem e como, quem muitas vezes é vítima e quem se faz de vítima vezes demais, quem nunca se queixa e quem se queixa por tudo...). Ouvi algumas vezes ainda a estudar, para exames, ou já a trabalhar quando tinha reuniões importantes, "leva uma mini-saia e sorri, que vais ver que corre bem". Nunca o fiz e sempre me irritaram esses conselhos... detesto essa ideia e detesto ainda mais pensar que precisaria disso para um bom resultado... seria muito humilhante para mim. Já perceber que pensavam que eu precisaria, ou aceitaria, esse tipo de recursos era só triste e decepcionante.
A primeira imagem que fazem de nós conta, e a imagem conta para nos levarem a sério, disso não há dúvidas. Se noutros contextos dizerem que pareço uma miúda pode ser bom e até elogioso (cada vez mais até, isto a partir dos quarenta até parece música...) no contexto de trabalho, se estamos do lado de fornecedor não é bom... já de cliente ou parceiro que parece que não sabe o que anda a fazer, às vezes é bom subestimarem-nos, mas isso são outros quinhentos... agora tenho mesmo é de me despachar...

8 comentários:

  1. Olvido, nessas ocasiões não fujo do meu estilo, embora use uma ou outra peça mais sóbria. No meu dia-a-dia gosto de ousar mais um pouco dentro do meu figurino que é muito feminino. Nunca uso "farda de homem" nesse sentido de me apresentar parecida com eles, que eu não dou para peditórios de anulação do feminino.
    Nós andamos permanentemente a seduzir, que as relações entre as pessoas fazem-se também assim, e todos os "códigos" servem o jogo de aproximação/repulsa.

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    1. Também não gosto de fardas, detestaria ser homem nestas coisas, ter de andar sempre de fato... mas também gosto de ver uma mulher de fato calça-casaco de bom corte se não lhe tirar a feminilidade das formas. Fiquei a pensar na parte de andarmos sempre a seduzir, mas acho que em contexto profissional estamos principalmente a vender uma imagem, e nisso a forma como nos apresentamos é o primeiro cartão de apresentação, é a primeira impressão e não é de todo despiciente, daí às vezes eu dar por mim a pensar na indumentária duma forma mais crítica...

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    2. E vender uma imagem não é seduzir?
      Quando digo que não uso "farda de homem", quero transmitir que tanto na indumentária como na atitude, não adopto o que está muito conotado com eles para passar despercebida enquanto mulher. Gosto de ser notada na minha condição de mulher. Por exemplo, há mulheres que dizem não usar saias em ambientes marcadamente masculinos. Jamais faria isso, que seria uma anulação da minha condição.

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    3. :) pois, foi exactamente aí que fiquei a pensar, e não, acho que não, porque muitas vezes também temos de vender uma imagem mais dura, mais intransigente, mais fria do que seria suposto em qualquer imagem sedutora; daí o vender uma imagem não se dar sempre no mercado da sedução. :)
      E talvez a conotação que sedução tenha para mim implique algum interesse pessoal, alguma simpatia extra-profissional, mas entendo o conceito de sedução usado, apenas o tenho para uso mais pessoal, ou íntimo.
      Quanto à "farda de homem" estamos de acordo, em atitude e indumentária, então com o calor que está, vestidos/saias é o que sabe melhor. Poder usá-los, e andar mais fresca neste bafo que nos invadiu, é uma das vantagens de ser mulher :)

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    1. :))
      Legionário... mesmo que tentasse não conseguiria não ser. Mais formal, ou menos, de fato, de vestido ou de calças de ganga é sempre à minha maneira, eu é que visto a roupa, não é ela que me veste. Pode é dar diferentes perspectivas de mim... uma mulher é sempre muitas mulheres :)

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  3. Olá Vi!
    Não sei se usar mini saia e sorrir funciona, parece muito "triste". Importante mesmo é sermos autênticas no ser no estar no vestir, em qualquer lugar. Vestir com elegância discreta fica sempre bem, acho eu :)
    Espero que a reunião tenha sido um absoluto sucesso!
    Beijo, Vi
    Nanda

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    1. Sim, claro que não tem nada a ver com falta de autenticidade, mas com adequação e com a imagem que queres passar em contexto profissional, como imagem duma empresa. Mas sabes, acredito que muitas vezes a mini-saia e o sorrir funcionem, e que muitas dessas vezes os homens sejam manipulados e seduzidos (embora não se queixem), eu é que nunca fui capaz disso, porque, como dizes, acho triste achar de mim mesma que precisaria de tais recursos pois equivaleria a assumir que as minhas capacidades profissionais não chegam. E se for esse o caso, que seja, mas mini-sais e sorrisos não fazem parte das minhas ferramentas de trabalho... hoje muito menos. A reunião tinha demasiada arrogância do lado de lá da mesa... não correu propriamente mal mas também não fiquei com muita vontade de fazer o negócio, quase quiseram fazer parecer que era um favor que estavam a fazer à empresa... logo se verá.
      beijo:)

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